O Guarani joga nesta segunda feira (4) contra o Vila Nova e o técnico Marcelo Cabo encontra-se na berlinda. Todos querem saber como vai comportar-se o alviverde com uma nova filosofia de jogo.
No turbilhão de acontecimentos, um detalhe passa batido, a contratação de Luciano Dias para a coordenação de futebol. Condutor do acesso de 2008, sério, trabalhador, meticuloso, adepto da disciplina e do comprometimento, o ex-zagueiro gremista da década de 1990 poderá ser útil em algo valioso, que é a de transferir experiência aos dirigentes estatutários do Guarani. Em resumo: ensinar como se faz futebol.
Que nehum dirigente bugrino venha dizer que é um ás do assunto. Não é. A própria demissão do técnico Oswaldo Alvarez comprovou a falta de tato, tarimba e capacidade para exercer a função e aplicar os códigos presentes no mundo da bola. Pedido de desculpas ameniza o quadro, mas não apaga o vexame.
Luciano Dias poderá constituir-se em personagem essencial para capacitar os dirigentes bugrinos a detectarem e buscarem talentos, aqueles escondidos nos recôncavos do Brasil.
Sejamos sinceros: a campanha vitoriosa na Série C de 2016 deve-se exclusivamente a tenacidade de Rodrigo Pastana, o time da Série A-2, com seus erros e acertos fica no crédito (ou débito) de Marcus Vinícius Martins, Vadão, Ney Pandolfo e Ivo Secchi.
Queiram ou não, os dirigentes bugrinos ainda não contam com a abertura necessária no mundo da bola para buscar valores, captar tendências e viabilizar melhorias.
Exemplo claro: não há uma política clara de formação de dirigentes e nem de melhoria da infra-estrutura.E tal quadro é crônico, detectado desde a gestão de José Luis Lourencetti.
Nos últimos trabalhos exitosos, o Guarani dependeu muito mais do conhecimento e competência de personagens externos, sem relação com o clube, do que com as ideias de futebol de diretores estatutários. Sejamos justos: apesar de ter fracassado na sua missão, o único dirigente que tentou acumular conhecimento para lidar e trabalhar com futebol com Rogério Giardini, durante a gestão de Álvaro Negrão. Só.
Luciano Dias não será o salvador da pátria. Longe disso. Mas ele poderá abrir a visão, incutir conhecimento em pessoas que podem até ter boa intenção, mas que se encontram longe de exibir excelência na gestão do futebol. Nunca é tarde para aprender.
(análise feita por Elias Aredes Junior)