Na vitória contra o Independente por 1 a 0, sexta-feira, no Estádio Brinco de Ouro, dos 14 jogadores que estiveram no gramado a pedido do técnico Pintado, sete foram revelados pelas categorias de base: o lateral-direito Eduardo, o zagueiro Léo Rigo, o volante Wesley, os meias atacantes João Vittor e Watson e os atacantes Gabriel Rodrigues e Raí. A única ausência foi a de Lorran, suspenso. Tal desfalque não impede a formulação da seguinte análise: qual garoto faz diferença na Série A-2 do Paulistão?
Primeiro é bom esclarecer: ninguém decepcionou totalmente. Aos trancos e barrancos, qualquer um dos oito promovidos tiveram lampejos interessantes, mesmo que o técnico bugrino, em uma medida de arroubo e incoerência por vezes tenha tirado da equipe na primeira atuação ruim. Todos os oito jogadores podem e devem fazer parte do elenco para a Série C do Campeonato Brasileiro. Estarão mais amadurecidos, centrados e conscientes dos desafios que se colocam em um futebol de alto rendimento.
Vou focar em dois nomes que demonstram de modo cabal a validade de esperar lampejos dos garotos ou receber de presente a regularidade desejada por qualquer treinador.
Tecnicamente, João Vittor é espécie rara. Apesar de algumas partidas ruins no currículo, sua técnica e habilidade demonstrada em algumas partidas comprovou a validade do investimento. É rápido, tem visão de jogo e em pouco tempo, caso permaneça, será a principal referência técnica bugrina. Na atual Série A-2, tem 16 jogos disputados, sendo que em metade foi acionado a partir do banco de reservas. No total, tem 25 partidas com a camisa do Alviverde. Tem identificação, algo raro nos dias de hoje.
Lorran, por sua vez, deve ser aprovado pela sua versatilidade. É útil para o trabalho de qualquer comissão técnica. Atua como segundo atacante ou como armador pelo lado, função desempenhada nas rodadas iniciais e abandonada aos poucos.
Com dois gols marcados, assim como João Vittor, Lorran teve oportunidades na Série A-2 de 2014 e não teve continuidade. Agora, o quadro mudou. Prova de que mesmo com falhas de conceito e de escalação, Pintado deixará uma herança muito positiva ao Guarani. E que deve ser comemorada. Muito.
(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)