Classificar-se à próxima fase da Copa do Brasil e vencer a Ferroviária na rodada de abertura do Torneio do Interior forneceu um alento ao torcedor da Ponte Preta. João Brigatti cresceu na cotação e muitos consideram a hipótese dele ser efetivado. Especialmente por ter feito mais do que o antecessor Eduardo Baptista. Respeito quem defende tal tese, mas acredito que a conjuntura necessita de cautela.
Precisamos admitir a preocupação impregnada na mente do torcedor pontepretano. A campanha no Paulistão, sem nenhuma vitória como mandante, produziu um cenário de terra arrasada. O sonho do acesso em âmbito nacional foi trocado pela aflição da luta pela permanência. Existem bons jogadores? O time não era bem treinado? Impossível discordar. No geral, o elenco é fraco. E vou além: os adversários também. Nem o Sampaio Côrrea me convenceu. Recém-promovido à pinta de que vai lutar para fugir da degola.
Neste contexto, com esse time dá para acreditar em vitória contra times com maior orçamento e com ambição de acesso, como Goiás, Coritiba e Figueirense? Ou seja, uma revolução terá que ser promovida.
E o caso de João Brigatti tem que ser analisado com carinho. Os dirigentes devem fazer as seguintes perguntas: ele está preparado para ocupar o cargo? Ministra bons treinos? Vai saber separar a paixão pela Macaca na hora de tomar medidas espinhosas? Tem capacidade para conduzir o grupo por 38 rodadas? Se as respostas forem positivas que apareça alguém disposto a bancá-lo. Na dúvida, a saída é buscar um outro profissional.
Longe de Doriva ser a solução pronta e acabada. Só que já passou por situações na bola que lhe credenciam a fazer um bom trabalho. Lógico, desde que tenha o bom senso de pedir desculpas. Não por aceitar a proposta do São Paulo, e sim por sair do clube pela porta dos fundos.
Porque se tem algo que a Ponte Preta e seu torcedor não pode mais suportar são trapalhadas. Dos jogadores, técnicos e de seus dirigentes.
(análise feita por Elias Aredes Junior)