José Fernando Fumagalli viveu, em 07 de abril de 2018, o último dia como jogador de futebol profissional. Após 23 anos destinados à rotina da bola, o meio-campista se aposenta levantando o troféu de campeão da Série A2 do Campeonato Paulista, com direito a bicampeonato, goleada e despedida com chave de ouro.
Maior ídolo da história recente, Fuma colocou fim à sina de vice-campeonatos do clube. Desde 1981, quando o Bugre levantou a Taça de Prata, equivalente à Série B do Campeonato Brasileiro, foram dez derrotas em decisões. O jogador de 40 anos, inclusive, esteve presente em duas delas: Campeonato Paulista de 2012 e Série C de 2016. Ao todo, foram 307 jogos, 90 gols marcados, sendo 36 de pênalti, em três passagens.
O meia concedeu entrevista ao Só Dérbi para falar como foram os últimos instantes de sua trajetória, além de abordar a taça em cima do Oeste, o acesso conquistado sobre o XV de Piracicaba e o futuro como coordenador técnico do Guarani.
Quão importante foi encerrar a sua carreira com título?
“A gente sabe que o título é importante. Queríamos muito isso. Dá vaga na Copa do Brasil. Eu cito o exemplo do grupo de 78. Campeão brasileiro, é lembrado até hoje. É diferente, sim, mas nossa realidade era a Série A2. É muito importante para mim e para os torcedores. É um sonho realizado. Agradeço minha esposa, pais, sogros, amigos e técnicos. Termino o ciclo ciclo grato a Deus e contente. Tive uma carreira brilhante e encerro com chave de ouro. São nove temporadas aqui dentro, 307 jogos hoje e 90 gols. Construí uma história muito bonita. Como diz o hino, na vitória ou na derrota. Eu estive aqui nos piores momentos. Encerro a carreira da melhor forma: campeão e com o time voltando entre os grandes de São Paulo. Como imaginei e sempre sonhei”.
Qual a diferença entre os elencos de 2016 e 2018?
“Os dois grupos tiveram suas características positivas. Nós conseguimos criar uma harmonia legal nos dois anos. Houve muito respeito e espero que este grupo possa ter um pouco mais de sorte e levantar o título dessa vez”.
Qual a principal virtude do plantel atual?
“A gente tem um grupo que assimilou fácil o trabalho do Umberto. Equipe que ouve as orientações, quer aprender e esse foi um dos pontos positivos”.
O que o Umberto fez de diferente em relação aos treinadores que não conseguiram o acesso?
“Além do trabalho, o dia a dia dele com o grupo é muito saudável. Sabe motivar quem está de fora. É um cara muito humilde e isso fez ele ganhar o grupo. Ele teve confiança, junto com os jogadores mais velhos que deram um suporte para que ocorresse tudo bem”.
Até que ponto o bom ambiente político ajudou os jogadores neste ano?
“A gente sabe que, historicamente, sempre houve brigas políticas aqui dentro. Isso atrapalhava o dia a dia. O Umberto brindou bastante o vestiário e deixamos isso para a diretoria. Buscamos trabalhar, crescer e evoluir. Isso foi importante para a gente chegar onde chegou”.
Como foram os últimos dias como profissional?
“Vivi intensamente esses últimos meses. Aproveitei ao máximo cada treinamento, cada concentração, os momentos no vestiário. Chegou ao fim, mas estou preparado e com a cabeça tranquila de que sempre dei o meu melhor”.
Há algo já acertado para trabalhar no clube?
“A gente já conversou que eu exerceria o cargo de coordenador técnico do time profissional. Seria algo mais próximo do Luciano Dias, entre diretoria, comissão técnica e jogadores. Já falei com o Palmeron no início da temporada, mas não conversamos nos últimos dias por estarmos concentrados no acesso e, depois, no título. Vou procurar conhecimento para me aperfeiçoar e fazer bem o que for preciso”.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa e Eduardo Martins/foto: Alexandre Battibugli – FPF)