Guarani e a busca de um acesso para ressurgir no cenário nacional

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O Guarani sonha com o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Um combustível necessário e fundamental para almejar a promoção na próxima edição da Série A-2 do Campeonato Paulista, que terá três vagas a disposição. Tais objetivos não serão importantes apenas porque vai consagrar jogadores e elevar o patamar profissional de Marcelo Chamusca, ávido por recuperar seu espaço após naufragar duas vezes com o Fortaleza. O acesso é o passaporte para o Guarani sair do marasmo e do ostracismo imposto pela estrutura do futebol brasileiro.

Lógico, os jornais, revistas, televisões e rádios de alcance local cobrem e acompanham o Guarani de modo intensivo. No entanto, o que dizer da imagem bugrina em nível nacional? Faça um exercício de memória. Logo pela manhã, os canais de esporte por assinatura (Sportv, FOX, ESPN Brasil, BandSports, Esporte Interativo) mostram ao vivo os noticiários dos grandes clubes. Ou dos clubes médios e pequenos inseridos na Série A do Brasileirão e na divisão principal dos estaduais. O América Mineiro, Santa Cruz, Atlético Paranaense e Chapecoense tem visibilidade assegurada. Motivo: estão na Série A. E o Guarani? Nada. Nem uma palavra.

Maio vai chegar e os jogos da Série B serão transmitidos as terças, sextas e sábados e a repercussão será realizada nos canais esportivos. E o Guarani e os demais integrantes da terceira divisão nacional? Qual será o espaço dessas equipes no noticiário? Zero. Ou quase nada. O esquecimento é o sócio de quem não está entre os 40 principais equipes do Brasil.

Pior: injustiças são cometidas e nem há espaço para correção. Exemplo disso é o torcedor bugrino costumeiramente verificar nas transmissões do Santos alguns profissionais de imprensa citarem que Léo Citadini, agora como volante de ofício foi revelado na Vila Belmiro. Qualquer campineiro minimamente informado por futebol sabe que seus primeiros passos foram dados no Brinco de Ouro. Como o jornalista vai saber se o Guarani não está na pauta prioritária? Pois é.

Você pode argumentar que os jogos do Guarani são transmitidos por emissoras públicas e privadas tanto na Série A-2 como também na Série C do Campeonato Brasileiro. Concordo que é algo importante porque o Guarani ganha argumento para captar patrocinadores e apoiadores. Só que no fundo, no fundo, sabemos que tais jogos são apenas um tapa buraco na programação das emissoras do que uma prioridade jornalística destas emissoras. Veja quanto recebe uma equipe que disputa as Séries A e B do Brasileirão e o que paga a terceirona e saberá o que digo.

Subir não será apenas o fim do calvário na terceirona. Será um recado do Guarani ao mundo da bola: não houve desistência de lutar!

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)