Impossível negar que ter o Grêmio Audax como finalista do Campeonato Paulista de 2016 é, no mínimo, surpreendente. Sabe-se, claro, que não há milagres no mundo da bola. E que os resultados plantados precisaram ser cultivados anteriormente.
Sendo assim, o Audax está onde está (brigando para ser campeã contra o Santos) por méritos próprios. Porque soube contratar; driblou a falta de investimentos, os poucos anos de estrada e até mesmo a ausência de um “13º homem”, uma vez que quase não tem torcida.
A graça do futebol está justamente neste ponto. As surpresas ao longo dos campeonatos. Os azarões que fazem a história como o São Caetano em 2004, o Bragantino em 1990 e o Ituano em 2002 e 2014. Sem esquecer o Juventude, campeão da Copa do Brasil em 1998, assim como Santo André e Paulista, que venceram a competição nacional em 2004 e 2005.
Ocorre que, especialmente para a torcida de Ponte Preta, a ascensão do Audax está difícil de engolir. Muitos se perguntam: e se o time for mesmo o campeão?
O desgosto pelos lados da Macaca tem explicações perfeitamente compreensíveis.
O ano de 2016 começou promissor no Moisés Lucarelli. A Macaca estava entre as favoritas da competição e a confiança de seu torcedor em alta. Porém, como se viu, nada deu certo. O time não vingou e não ficou nem entre os oito.
Como aceitar que o outro tem ficado com o papel que inicialmente lhe cabia?
O sucesso do outro, infelizmente, nos mostra o nosso insucesso. Quando um colega é promovido no trabalho, e não nós, tendemos a nos questionar porque ele? Aquela era a minha chance! Quando uma amiga é mais feliz no relacionamento, corremos o risco de torcer pelo seu fracasso, em um jeito, egoísta, de não estarmos sozinhos nos nossos erros.
De certa maneira, essa é “fraqueza de conduta” que parte do ser humano, porém, da mesma forma, não se pode ser vencido pelo sentimento de desdenhar da conquista que não é nossa. Não deve “doer”, ao contrário, deve servir de inspiração.
Se ele conseguiu, também eu posso conseguir!
O lema vale para a Ponte Preta. E vale até mesmo para o Guarani. Porque mostra que trabalho com seriedade, com comprometimento, dá sim resultados. Vejam bem, seriedade e isenção, foco.
Nos clubes de Campinas sempre tenho a sensação de que sobra vontade, sobra paixão. Mas isso não supera a necessidade de ser profissional. Sabem aquele lema “amigos, amigos, negócios a parte”??
Pois foi assim, sabendo cuidar dos negócios, que o Audax construiu sua trajetória de sucesso. Fica a dica.
(análise feita por Adriana Giachini)