Quando o Guarani vai entender que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro?

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Quando era adolescente, uma das coqueluches era o videogame Atari. Produzia a fissura de um Playstation 4, mas com um visual mais tosco. Um dos jogos preferidos da molecada era o Megamania. Sua mecânica era simples: uma nave de cor azul ficava na parte debaixo da tela atirando contra asteróides e monstros que vinham de modo feroz. O sonho de todos era chegar a um milhão de pontos.

Só existia um problema: a cada rodada, as dificuldades aumentavam e, se você adotasse uma estratégia semelhante a da fase anterior, a possibilidade de ser eliminado era gigantesca. Você tinha que acompanhar a velocidade e o raciocínio pedido pelo jogo. No fundo, tal conceito foi mantido em todos os jogos da atualidade.

O que esse raciocínio tem a ver com o futebol e especificamente com o Guarani? Tudo. Se fosse um jogador de videogame, o Alviverde passou com louvor na fase inicial, ou melhor, na Série A-2 do Campeonato Paulista. Agora, tudo mudou. Campeonato diferente, fase nova, tudo revirado de cabeça para baixo. O Estadual permite que, por vezes, os meias criativos abdiquem da marcação e deixe a natureza marcar o adversário.

A segundona paulista faz que o Guarani tenha em campo alguém como Erik, capaz de uma jogada e um gol espetacular contra a Internacional de Limeira e um sumiço inexplicável nas rodadas seguintes.

A parte inicial da temporada abre até espaço para escalar zagueiros limitados e tudo isso ser compensado pelo talento e poder de decisão de Bruno Nazário, Rondinelly e Bruno Mendes.

Tudo isso ficou no passado. E o Guarani não se tocou. Qualquer torcedor consciente reconhece que o rendimento mesmo nas vitórias contra Sampaio Côrrea e Criciúma ficaram bem abaixo daquilo minimamente do que se exige a Série A-2.

Detalhe: chamamos atenção em artigos anteriores de que era preciso paciência do torcedor. Duro é que a derrota para a Ponte Preta e a vitória sobre o Tigre Catarinense demonstraram que o problema não é só técnico, e sim ausência de percepção sobre o nível do competição.

O elenco e o treinador já mostraram potencial para darem a volta por cima e exibirem um rendimento de acordo com as características e exigências da competição. Só é preciso mudar o disco. Entender que a fase é outra. É preciso melhorar. Urgente.

(análise feita por Elias Aredes Junior/foto: Letícia Martins)