Damos o devido desconto gerado pela conjuntura do futebol. O time foi rebaixado, as cotas de televisão caíram no chão, a torcida está inflamada e revoltada e não há como pagar salários milionários. Foi dado o devido tempo para que seu estilo de trabalho fosse implantado. Pena, não há como fugir da constatação.
Apesar do início animador, o diretor de futebol Ronaldão gerará decepção caso não ocorra uma reação. Poderá equiparar-se ao que foi registrado na gestão de Gustavo Bueno, agora auxiliar técnico de Eduardo Baptista no Coritiba.
Convenhamos: pegar o bonde em andamento não tira o cenário sombrio. O time do Campeonato Paulista era fraco e as salvações eram os atletas revelados pela base, como o lateral-direito Emerson ou o zagueiro Luan Peres, um dos poucos acertos da gestão de Gustavo Bueno em 2017.
As pérolas foram vendidas ou não continuaram. Em seu lugar entraram jogadores que, por enquanto, não agradam. Reginaldo, Renan Fonseca, Tiago Real, Igor Vinícius e outros menos cotados foram arregimentados por Ronaldão.
Que copia um defeito do ex-presidente Vanderlei Pereira: a mudez. Pouco fala, esclarece e conversa com o torcedor pontepretano. Adota a tática do embalo, como após a conquista do Torneio do Interior ou no clássico diante do Guarani.
Culpar Ronaldão, por outro lado, é cômodo. É preciso saber até que ponto ele ganha autonomia tanto do presidente José Armando Abdalla como do presidente de honra Sérgio Carnielli.
Sabemos que Ronaldão é sujeito culto e de personalidade. Mas também sabemos o quanto Carnielli parece (parece!) ficar desgostoso quando não tem a chance de ver suas opiniões levadas em consideração.
Medidas de impacto são insuficientes. Ronaldão precisa mostrar um ativo ausente do dia a dia do Majestoso: determinação. Já será um avanço.
(análise feita por Elias Aredes Junior)