Jeferson, Ravanelli e Matheus Jesus: Afinal, quem é o pai das crianças?

0
1.693 views

A boa vitória da Ponte diante do Palmeiras, por 2 a 1, no sábado, em Campinas,  movimentou as conversas entre torcedores da Macaca. A atuação tática precisa, os três pontos e, claro, o discurso de Eduardo Baptista após o jogo construíram a alegria dos alvinegros. Não só isso. O desempenho de destaque dos “garotos da base” – o lateral Jeferson, o meia Ravanelli e o volante Matheus Jesus – foi o diferencial da pauta do final de semana.

Sabem aquela sensação de “orgulho por ver no time profissional atletas que saíram da base?”. De ter convivido desde criança com, por exemplo, o armador Ravanelli?

Pois foi além.

Ídolo do clube no ano passado, até Fernando Bob –  hoje no Internacional – elogiou em sua página do Facebook o time, a vitória, e parabenizou especialmente Matheus Jesus.  Com direito à frase de efeito: “Para os torcedores da Ponte que sentiam falta de mim, digo uma coisa, agora vocês tem um jogador que promete”.

Após o jogo, o técnico Eduardo Baptista também destacou a presença do trio, em campo pela segunda vez seguida no Campeonato Brasileiro. “A base sempre tem jogadores, basta você ter coragem ou não para colocá-los. Quando se coloca um menino, tem que chamar a responsabilidade para o treinador. Eu não tenho esse problema. São meninos que veem no jogo o prato de comida. É o dinheiro para comprar a casa que a mãe não tem. Esse perfil me agrada”, afirmou.

Antes do Palmeiras, na semana passada a diretoria da Macaca chamou Jeferson e Matheus para renovarem seus contratos. O primeiro para até 2019. O segundo para 2020. Deu merecida moral para a dupla de pratas da casa. Matheus, por sinal, comemorou a extensão do vínculo em seu perfil na rede social. Ravanelli também tem contrato até 2019.

Com tantos olhos voltados para o trio, entretanto, não podemos deixar de refletir sobre: de quem é, afinal, o mérito da projeção deles? Eduardo Batista escalou para Brasileiro. Fato. A diretoria fez bem ao renovar o contrato. Claro. Mas também Alexandre Gallo (que incluiu os três entre os titulares do Paulista) e Vinicius Eutóprio que levou os atletas para a preparação antes do Estadual merecem méritos participativos.

A dedicação de cada um desses jogadores, obviamente, é outro ponto a ser exaltado. Sabemos das dificuldades que as categorias de base enfrentam, não apenas na Ponte, mas no futebol de modo geral. Os investimentos nas categorias menores são cada vez mais limitados. Os campeonatos cada vez mais escassos. É importante rever a categoria de base. Porque o melhor fruto é o que plantamos com nossas mãos, no terreno de casa, com conhecimento da colheita.

Sendo assim, torço para que a revelação desse trio sirva de estímulos. Que a diretoria olhe com maior cuidado para suas promessas. Que os técnicos nunca deixem de acreditar naqueles que estão começando. E que a promoção de meninos da base seja sempre por mérito, com coerência, com conhecimento de causa, não apenas por falta de opção do mercado. Sim, este último tópico, também contou para os meninos da Macaca. Neste exemplo, para a sorte do elenco.

(análise feita por Adriana Giachini)