Torcedor do Guarani volta a falar de futebol. É motivo para comemoração…

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Fatos acontecem de modo sorrateiro e por vezes sequer percebemos. A rotina inclui novos elementos e na mecanização do dia a dia não saboreamos a nova conjuntura. Veja o exemplo do Guarani. Nos últimos quatro anos, após a conquista do vice-campeonato paulista, em 2012, o seu noticiário foi tragado por diversas noticias negativas e a bola foi ignorada.

Os conflitos políticos eram o destaque. Marcelo Mingone era presidente e renunciou para abrir espaço para Álvaro Negrão. Imediatamente, novas turbulências surgiram no horizonte e Horley Senna foi eleito por aclamação.

Logo a seguir, o estádio Brinco de Ouro foi à leilão na Justiça Federal e posteriormente foi cancelado. As idas e vindas na Justiça Trabalhista ganharam muito mais destaque do que um gol de Fumagalli ou o trabalho de qualquer treinador.

Eis que nestes dois últimos dias, o torcedor bugrino debate algo que parecia fora de cogitação: futebol. Sim, parece bizarro e desconectado da realidade. Em certa medida é. Um clube campeão brasileiro de primeira e segunda divisões, com craques históricos do porte de Jorge Mendonça, Evair, Careca, João Paulo e Amoroso esqueceu por anos e anos a sua razão de ser e de existir. Falava da petição do advogado e ignorava o gol anotado pelo camisa 10; Decorava a sentença da juíza trabalhista, mas esquecia o erro de arbitragem da rodada anterior. Tudo fora do lugar.

Após a goleada sobre o Guaratinguetá, o tema recorrente nas conversas e nas redes sociais foi sobre a eficiência do ataque bugrino. Ou as arrancadas de Deivid pelo lado esquerdo e o trabalho de armação de Renato Silva. Sem esquecer as estreias do lateral Daniel Damião ou dos zagueiros Ferreira e Leandro Amaro. Ou até que ponto a vitória deve ser celebrada diante da fragilidade do Guaratinguetá. Ou seja, o futebol voltou a ser pauta. De repente, a letra do hino passou a ter sentido: “Na vitória ou na derrota, hoje e sempre Guarani”. Nada de bastidores ou problemas internos.

Sem perceber, o torcedor bugrino teve direito a exercer a sua paixão de modo pleno. Sem amarras. O que importa é que o torcedor bugrino esqueceu a toga e passou a pensar na chuteira e na bola na rede. O sentimento de alivio é patente. Que continue assim.

(analise feita por Elias Aredes Junior)