Diante da boa resposta dos torcedores, a segunda parte desta reportagem traz mais opiniões sobre aquilo que deve ser feito para trazer novamente o torcedor da Ponte Preta às arquibancadas do Majestoso. Leia e também deixe sua opinião neste espaço.
“Para trazer o torcedor de volta, primeiro precisamos fazer com que a torcida volte a enxergar a Ponte como time de massa. Sem aquela pessoa que paga a conta no final. É preciso mostrar a importância do torcedor como 12º jogador e mostrar a força do Majestoso. Não acredito que com esta redução do ingresso iremos ter uma média maior, mais com certeza irá impactar nos próximos jogos.
Algumas ações precisam ser feitas. Sem grandes investimentos é possivel trazer o torcedor. Basta avaliar o que realmente traz o torcedor ao estádio. Será que é só ingresso barato. Não, hoje o estádio precisa se tornar um programa família. Fazer ações com crianças e adolescentes, sem investimento alto, se faz muito necessário agora”, André Luiz Carelli Nunes, contador.
“Ha algum tempo venho conversando (na verdade venho estudando) o futebol moderno como um todo. Nesses dois últimos anos venho analisando (com muita entrevista com torcedores do Corintians e Palmeiras pois percebo claramente uma intensa capitalização seguida de uma europeização do futebol brasileiro. Infelizmente a diretoria da Ponte resolveu entrar nessa linha. Por isso são frequentes discursos que tentam “vender” a ideia de que a macaca tem responsabilidade administrativa. A Ponte é um time de futebol e portanto seu único objeto deveria ser a excelência técnica (competitividade, títulos, boa equipe) Superavit é coisa de banco. Isso soa como falta de ousadia e conformismo da diretoria.
O título só virá quando houver um dose certa de irresponsabilidade. A torcida não quer superavit, jogo na Disney, food truck, aplicativos de carona bla,bla, bla. A torcida quer jogar para ganhar como foi na sulamericana 2013 – veja o publico dessa competição e isso responderá muito. O torcedor quer a macaca se internacionalizando jogando a sulamericana e não contra o time do mickey. O torcedor está cansado de se contentar com Bady e semelhantes. A torcida quer jogador bom simples assim”, Denilson Corsi, historiador.
“Preços (altos) e (proibição da) Cerveja (dentro do estádio). A própria credibilidade do campeonato atrapalha. Na hora h, todos sabem que os pequenos serão prejudicados. E tem mais: o Majestoso não é mais a casa do povo. Eu que sou amante do rádio fico até constrangido em tirar o meu aparelho do bolso perto dos caríssimos smartphones com TV.
A solução é voltar o futebol para seu dono, o povão. Era o único lugar em que o rico e o pobre sentavam juntos e se abraçavam na feitura de um gol. Agora são separados por uma carteirinha e portões”, Rodrigo, comerciante.
“Eu acho que o premiere (programa de Pay Per View da Globosat) está afastando o torcedor do estádio. Hoje a grande maioria das pessoas possuem TV a cabo em casa, e essas pessoas estão preferindo sentar no sofá do que na arquibancada. Tem torcedor que prefere ir no bar e assistir o jogo. Ele pega o dinheiro que iria gastar no ingresso e gasta em cerveja no bar e assisti o jogo bebendo. Agora para melhorar a média de público fica complicado opinar, pq se abaixar o preço do ingresso , o clube fica no prejuízo”, Carlos Haroldo Marmirolli, assistente de almoxarifado.
(reportagem: Elias Aredes Junior)