Antes de começar uma atividade tática da Ponte Preta, o técnico interno João Brigatti já sabe o que vai pedir aos seus comandados na preparação para o próximo desafio na Série B do Campeonato Brasileiro. Seja no ajuste da linha de ataque, na correção do posicionamento defensivo ou até mesmo na organização do meio campo, ele conta com o trabalho do analista de desempenho para otimizar a produção dentro das quatro linhas.
O atual responsável por esse trabalho na Macaca é Bruno Guerra. Há 18 meses no cargo, após saída de Eduardo Frattini, é formado em Educação Física e vem ganhando cada vez mais prestígio com a comissão técnica. Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas, o profissional deu detalhes de como esse método traz impactos positivos na campanha de recuperação no torneio por pontos corridos.
“Nos baseamos em filmagem e tentamos assistir o maior número possíveis de jogos. Em média, pelo menos três partidas. Damos prioridades às mesmas situações que vamos enfrentar na prática. Tentamos observar alguns padrões, não conseguimos adivinhar o que vai acontecer, mas as equipes repetem algumas ideias e se apegamos nisso para analisar”, explicou.
“Eu falo muito com o João Brigatti e conversamos para que utilizemos esse estudo. Aos jogadores, editamos vídeos e apresentamos pontos positivos e negativos para que entrem em campo com alguma ideia e não sejam surpreendidos. É uma análise qualitativa, até pelas imagens, e dados quantitativos, como número de cruzamentos pelo lado direito e esquerdo e cobranças de pênaltis para os goleiros. Quanto mais informações eles tiverem, mais acertos haverá”, emendou.
Uma das novidades dos treinamentos alvinegros diz respeito à utilização de drone para propiciar uma análise aérea do que é feito. “Temos essa alternativa para ajudar a comissão técnico com uma visão superior. Assim, fica um conteúdo didático, melhoramos o posicionamento e torna-se fácil de enxergar. Investimos em softwares. A estrutura da Ponte Preta é muito boa. Quanto maior o controle do que acontece no futebol, você fica mais subsidiado”, frisou.
RELAÇÃO COM OS ATLETAS
Além dos vídeos, os analistas de desempenho da Alvinegra também fazem trabalhos específicos àqueles que jogam. “Conversamos com os atletas durante as sessões de treinamentos, principalmente com os pontas. Falo bastante com o Igor Vinícius. Cadastramos os contatos deles, temos grupos no Whats App, dividimos por defesa, meio-campo e ataque e alimentamos com imagens do próximo adversário”, afirmou.
“Temos controle de quanto tempo eles assistiram para dar uma puxão de orelha. Eles não fogem da responsabilidade, têm ciência que isso vai ajudar bastante. A cobrança da nossa parte acontece, mas nunca pisaram na bola. Atualmente, estamos quase todas as horas conectados e eles os jogadores têm colaborado”, finalizou.
Bruno Guerra também revelou que a Ponte Preta possui três analistas de desempenho nas categorias de base (sub 15, 17 e 20), o que evidencia grande investimento nesse setor em expansão.
TENDÊNCIA DO MOMENTO!
Cargo relativamente novo no futebol brasileiro, a análise de desempenho é uma área que já está consolidada há muitos anos no Velho Continente. Em solo verde e amarelo, poucos clubes detém um departamento estruturado para desenvolver esse tipo de atividade.
A função principal desse profissional é observar e analisar os princípios e fundamentos do futebol de forma coletiva e individual durante quatro momentos distintos da partida: defesa, ataque, transição ofensiva e transição defensiva.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa)