Guto Ferreira, Ponte Preta, erros involuntários e o vale tudo do mercado de técnicos

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Aprecio o trabalho e a pessoa de Guto Ferreira.

Estudioso da bola, sabe como poucos armar um time e é dotado de uma seriedade poucas vezes vistas no futebol.

Seria louco, no entanto, de imaginar que seria um Deus, um super herói. Não é.

É um ser humano como qualquer outro, sujeito a falhas e deslizes como qualquer outro.

Guto não é o tipo do cara que erra por querer. É involuntário, sem intenção de querer machucar o próximo.

Faço essa introdução para enfocar a pisada feia de bola cometida pelo treinador durante a partida entre Ponte Preta e Juventude.

Juntamente com os seus auxiliares, entre eles, Alexandre Faganello, Guto Ferreira sentou nas arquibancadas da Fonte Luminosa. Observou o jogo e deixou-se filmar.

Assistiu ao confronto de uma equipe comandada por um técnico interino e que passa por instante de turbulência na competição.

Que está sensível aos clamores da arquibancadas por uma medida drástica e reativa. Contratação de jogadores, mudança de diretoria e em ultimo caso, contrata-se outro treinador.

Sem querer, Guto colocou-se como alternativa. Ainda mais se verificarmos que parte da torcida não esquece (com justiça!) seus bons trabalhos no comando da Ponte Preta, sendo que um deles assegurou o acesso à divisão de elite, em 2014. Nada natural que escolham o treinador como salvador da pátria.

O episódio poderia ser conduzido de outra forma? Com certeza. Guto Ferreira não é um profissional qualquer.

É renomado, tem credibilidade no mundo da bola e com bons trabalhos conduzidos. Teria toda a capacidade de entrar em contato com a empresa Morada do Sol, responsável pela administração do estádio e requisitar um camarote ou um espaço discreto para acompanhar o jogo.

Aparecer para o mercado? Guto não precisa mais disso.

Está em outro patamar da carreira.

A discrição seria uma forma de ajudar a Ponte Preta para deixar o clima mais calmo e também um colega de profissão que apenas deseja buscar afirmar neste mercado cruel de treinadores de futebol, em que o vale tudo parece ser a norma de conduta. Brigatti merece tempo, tranquilidade e estrutura para trabalhar. Não merece mais dor de cabeça, nem que seja involuntária.

E do qual Guto Ferreira já foi vitima. Que ele veja que não tem talento e sequer aptidão para ser vilão.

Atualização: o jornalista foi informado que Guto Ferreira fará um estágio com Diego Simeone. Ótimo. Mais um motivo para que ele não fizesse tal exposição.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Luís Mittestainer)