Ponte Preta: quando a falta de diálogo compromete uma campanha na Série B

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Que ninguém se iluda. Quando torcedores invadiram o gramado do estádio Moisés Lucarelli após o terceiro gol do Vitória, no Campeonato Brasileiro do ano passado, mais do que um ato de desespero com fortes tons de violência, foi a declaração viva do divórcio entre as arquibancadas e do grupo político liderado por Sérgio Carnielli.

Quem é desprezado faz qualquer coisa para chamar a atenção. Inclusive loucuras. E lá se foram seis mandos de campo. Seis jogos com portões fechados. Posteriormente, mais dois jogos em Araraquara por causa de um rojão jogado em uma das partidas.

O saldo foi negativo ao extremo. Resultado prático: em oito jogos como mandante, a Macaca somou apenas oito pontos. O segundo pior mandante, à frente apenas do Boa Esporte.

O time é fraco? Concordo. Mas o jogo com o Fortaleza e a vitória por 2 a 0 demonstraram que tudo poderia ser diferente com as arquibancadas cheias.

Na base da superação e da garra, a Alvinegra poderia somar mais pontos, apesar de suas limitações poderia ficar mais próxima da zona de classificação. Ou seja, o bloqueio do diálogo com a arquibancada e sua consequência nefasta comprometem a campanha na Série B. Fato.

O que isso comprova? Simples. Que certo está o presidente José Armando Abdalla Junior, que tenta a todo custo aproximar-se do torcedor, conversar, dialogar, entender suas angústias e procurar alguma resposta. É por intermédio da aproximação e do interesse que a torcida voltará a creditar confiança na diretoria e por consequência no trabalho do departamento de futebol. Existe uma certa dose de paciência porque João Brigatti, em mais uma demonstração de amor, queima o seu capital acumulado de credibilidade.

Ajudaria demais se o presidente de honra, Sergio Carnielli, saísse do seu gabinete e voltasse a conversar com o torcedor pontepretano. Que ocorresse a nomeação de um diretor de futebol ativo, pronto para esclarecer as demandas.

São medidas simples como essas que farão com que a paixão seja incendiada e que, no futuro, o torcedor, mesmo com resultado negativo, não tome medidas extremas.

Saber de planilhas, cálculos e dinheiro é fácil. Entender a alma do torcedor pontepretano é para poucos.

(análise feita por Elias Aredes Junior)