Hyuri é o 19º jogador contratado pela Ponte Preta para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Depois de garimpar o mercado e ter sucesso em alguns nomes – casos de Igor Vinícius, Léo, Ruan e André Luís -, a diretoria alvinegra ainda busca encontrar um jogador de peso para chamar a responsabilidade e virar a principal referência técnica da equipe. Entretanto, o jogador de 26 anos não carrega tal status.
O atacante é mais um que vem para somar e não para resolver os problemas crônicos. Se o sistema ofensivo da Macaca não vai bem nos pontos corridos – média de um gol por jogo -, a explicação está na falta de opções técnicas para o meio-campo e na improvisação de atletas sem características de criação para vestir a camisa 10.
O reforço cedido pelo Galo tem totais condições de ser titular do time de João Brigatti. No momento, André Luís é dono absoluto da ponta direita, enquanto Júnior Santos tem aproveitado a sequência como centroavante. Se isso for levado em consideração pela comissão técnica, Hyuri chega para disputar posição com Danilo Barcelos, pelo lado canhoto, embora seja destro.
Velocidade, aliás, não falta para ele. Uma das suas principais características é o mano a mano com os zagueiros adversários e a condução com a bolas nos pés. Foi assim que ganhou destaque com a camisa do Botafogo pelo Campeonato Brasileiro de 2013 e foi vendido ao Guizhou Renhe (CHN). Nos tempos de Galo, até chegou a jogar como falso 9, mas está longe de mostrar eficiência. Afinal, nos três últimos anos foram só quatro bolas na rede em 42 partidas.
O novo reforço da Alvinegra pode ser útil na recomposição, pois demonstra fôlego extra para ajudar na marcação e na contenção dos laterais adversários. Improvisá-lo na vaga de Tiago Real como cérebro do time? Não é a solução mais interessante, haja vista o alto número de passes errados nos tempos de futebol carioca e mineiro.
José Armando Abdalla Júnior e Marcelo Barbarotti dão a João Brigatti um atleta que soma e até multiplica as forças da Ponte Preta na Série B. Isso, no entanto, ainda não é suficiente para deixar o time campineiro como um dos favoritos pelo acesso, mesmo com o torneio nivelado por baixo.
A não ser que o técnico interino, mais uma vez, opere milagres com as peças escassas que possui em mãos para projetar novos horizontes a partir do segundo turno.
(análise: Lucas Rossafa)