Leandro Zago e a guerra insensata entre o velho e o novo na Ponte Preta

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O Atlético Mineiro é campeão da Taça BH Sub-17. Não deveria ficar no foco tal informação se não fosse por um detalhe: o técnico era Leandro Zago, até no inicio do ano comandante do Sub-20 da Ponte Preta e que foi trocado por Felipe Moreira, técnico que fracassou no profissional e tenta reconstruir sua trajetória nas categorias de base.

O foco do meu artigo não é esse. É expor algo presente com força na Ponte Preta, mas que pode ser estendido a própria cidade de Campinas: a batalha e o difícil entendimento entre o velho e o novo e vaidade como instrumento de destruição da Ponte Preta.

Leandro Zago tinha métodos diferentes de trabalho. Não há duvida. Fazia um trabalho meticuloso e exótico em comparação  ao realizado por ex-jogadores que comandam trabalhos nos time debaixo. Alguns, adeptos da escola antiga do futebol (e do qual eu respeito demais!), recriminaram e criticaram o trabalho de Leandro Zago. Dentro do clube e nos formadores de opinião. E algumas criticas podem ter até fundamento. Mas os méritos de Zago são inquestionáveis.

O tempo passou, Leandro Zago perdeu espaço e está no Atlético Mineiro. Vai seguir sua carreira e seguir adiante. E o futebol pontepretano? Como fica?

Pois é. Não fica. O fato é que apesar dos bons resultados do ano passado no Campeonato Paulista das categorias de base é fato que nos últimos tempos apenas jogadores de capacidade técnica mediana foram revelados. E por vezes com sérios defeitos de fundamento.

O tempo passa e não há no horizonte a construção de um novo Centro de Treinamento voltado aos garotos e seu desenvolvimento.

Os métodos continuam antigos, arcaicos, o debate de opinião pública e um aviso implícito fica fixado: o que for novo e moderno está fora e excluído da Ponte Preta; o que for tradicional, se não estiver inserido dentro do clube, atrapalha a chegada do novo. O tradicional é protegido de diversas formas, como a de ficar atrelado a ídolos do clube ou gente com trânsito no clube. Novo? Moderno? Estudiosos? Fora, de preferência. E se estiver incluído que aplique os métodos antigos.

O que a Ponte Preta ganhou com isso? Quais dividendos ela recebe dessa guerra surda travada anos e anos nos bastidores ? Por que pessoas formadas em universidades, que tratam o futebol de modo cientifico, ficam do lado de fora do clube ou não tem sua potência explorado de modo adequado?

Se a Ponte Preta fosse uma empresa com certeza com certeza teria características familiares. Presa a velhos conceitos, parâmetros, sem abertura de capital e que ignora a existência de executivos preparados e capacitados para enfrentar a concorrência selvagem.

Que o exemplo de Leandro Zago sirva para colocar na cabeça o básico: o avanço da Macaca pressupõe a junção do velho e do novo e não sua separação. Em todos os setores.

(análise feita por Elias Aredes Junior)