O começo decepcionante de Marcelo Chamusca na Ponte Preta tem sócios: o presidente José Armando Abdalla Junior e o presidente de honra Sérgio Carnielli. São líderes do grupo político que comanda o estádio Moisés Lucarelli há 21 anos e seria difícil imaginar que a troca acontecesse sem a aprovação e o consentimento dos mandatários de fato e de direito.
Foram eles que não perceberam que João Brigatti conseguia arrancar o máximo de um time limitado e sem imaginação. Queriam melhoria de produção? Estava escancarado que o caminho era o reforço do time titular, com contratações e até um aporte de dinheiro se fosse necessário. Não falo por ouvir dizer. Em 2014, apesar de rompido politicamente com o então presidente Márcio Della Volpe, Carnielli colocou a quantia necessária para fazer contratações, deixar os salários em dia e chegar ao vice-campeonato da Série B ao ficar um ponto atrás do Joinville.
Em 2018, a melhoria não aconteceu. O time patina, não engrena e os últimos três resultados são pífios. O que fazer? Da parte da comissão técnica, é fazer o simples. Resgatar a estrutura tática feita por João Brigatti e injetar vigor e disposição na equipe. Já ficou provado neste campeonato que a Macaca só progride na base da força e da dedicação.
Quanto ao presidente Abdalla e ao presidente de honra, a torcida pontepretana agradeceria se acontecesse uma declaração pública de respaldo. Assegurar o trabalho até o final do ano e, posteriormente, executar um planejamento consciente e verificar se vale a pena ou não continuar com Marcelo Chamusca.
Então, se Brigatti permanecesse, o acesso estaria no papo? Não sou louco de cravar tal delírio. Só que certamente o time teria uma cara e sua dedicação no gramado amenizaria o sofrimento do torcedor pontepretano. Já melhorou no jogo contra o Oeste, mas ainda está longe dos tempos em que o ex-goleiro sentava no banco de reservas.
Que cada um assuma a sua responsabilidade nesta comédia de erros.
(análise feita por Elias Aredes Junior)