Se Umberto Louzer fosse um general certamente teria ordenado que seus soldados ocupassem todos os espaços do oponente desde os minutos iniciais. Foi o que aconteceu. Não é apenas jogar pelos lados. É aumentar a amplitude, é posicionar o jogador quase rente a linha de fundo e, com isso, trabalhar a bola e tirar os zagueiros da zona de conforto.
Interessante o time alagoano. Balançava a bola de um lado para outro para acabar com as tramas pela faixa central do gramado.
O gol de Bruno Mendes não foi apenas o acerto da estratégia de Louzer, mas o fruto direto da movimentação treinada e ensaiada. Em uma das únicas jogadas em que o lateral Kevin ficou próximo da área, o cruzamento surgiu de modo perfeito.
O CSA ameaçou em chutes de média e longa distância. Verdade. Bom lembrar que isso foi consequência do sistema de marcação comandado por William Oliveira e que tinha o anjo da guarda chamado Ricardinho, pronto para puxar o ataque e desafogar, um dos poucos na Série B capaz de executar a tarefa.
Defeitos? A ansiedade de Pará. Tem força, explosão, mas na ânsia de concluir atrapalha-se. Afobação presente em Matheus Oliveira, com bom poder de conclusão e que, por vezes, os detalhes atrapalham, como a bola na trave aos 17 minutos do segundo tempo.
Pode parecer preciosismo, mas um pouco de calma seria salutar para diminuir os erros de passe, responsáveis pela retomada da posse de bola do CSA e a pressão nos minutos finais pode colaborar na reta final.
Venceu e demonstrou qualidades. É o que importa.
Que encontre o talento necessário para as 10 rodadas finais.
Veja aqui a crônica do jogo.
(análise feita por Elias Aredes Junior/foto: Letícia Martins – Guarani Press)