Em reunião do Conselho Deliberativo realizada na noite desta segunda feira, no Salão Nobre do estádio Moisés Lucarelli, o presidente de Honra, Sérgio Carnielli, escancarou a crise política do clube e disparou críticas à atual gestão comandada por José Armando Abdalla Júnior. Em contrapartida, atitudes e gestos durante o encontro demonstram que o comandante do grupo político que está no poder há 21 anos no Majestoso está isolado politicamente.
Quadros importantes do seu grupo não compareceram como o próprio presidente do Conselho, Tagino Alves dos Santos, o diretor jurídico Giuliano Guerreiro, além de Carnielli ficar no encontro apenas com o vice-presidente Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, que todos diziam que era o seu candidato para assumir a Ponte Preta antes da escolha por Abdalla. A reunião foi presidido pelo advogado Pedro Maciel Neto.
Em contrapartida, o diretor financeiro, Gustavo Valio, Abdalla e outros componentes da diretoria ficaram em outra parte do salão, sem entrar em contato com o presidente de honra.
A reportagem do Só Dérbi apurou que o clima esquentou antes mesmo da reunião, com uma discussão acalorada entre Carnielli e Valio. Na hora dos debates, Carnielli tomou o microfone e disse que não era verdadeira a informação de que não tinha colocado valores na Ponte Preta em 2018. Carnielli disse que R$ 2,3 milhões foram depositados na conta da Ponte Preta para viabilizar as inscrições do Campeonato Paulista e também as obrigações trabalhistas referentes à gestão passada. Abdalla não seu pronunciou.
Carnielli não falou sozinho. Ao tomar o microfone, o ex-presidente Marcos Garcia Costa fez duras críticas à conduta de Carnielli e fez um apelo para que parasse de sempre mencionar a dívida que o clube tem com ele. Segundo ele, o ideal seria que abrisse mão da quantia que depositou no clube, algo que tem precedente histórico, pois pontepretanos já teriam até rasgados promissórias como prova de que não iriam cobrar dívida do clube.
Para terminar, requerimentos foram mostrados e que devem ser apresentadas na próxima reunião. Em uma delas, existe o pedido para que ocorra esclarecimento sobre a apresentação do balanço trimestral e também sobre a composição do Conselho Fiscal, após a renúncia da empresária Adriana Flosi.
O requerimento pede ainda informações sobre aquilo que foi arrecadado da venda de atletas como Thiaguinho, Yuri, Felipe Cardoso, Emerson, Bruno Silva e Igor Maduro.
O documento cobra a informação se ocorreu pagamento a terceiros. Outra indagação é sobre a falta de nomeação de um novo diretor de futebol após a licença de Ronaldão.
Outro pedido é sobre os critérios médicos adotados para que Luís Fabiano não firmasse contrato com a Macaca. Para terminar, o requerimento pede informações sobre as contratações não concretizadas de Caio Rangel, Marcinho, Robert, Adílson Goiano, Cristaldo e Luis Fabiano. As respostas serão dadas nas próximas reuniões.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)