Ninguém lhe contou mas vou revelar: todo o inicio de ano, mesmo que de modo indireto ou inconsciente, existe um pedido de trégua originário dos dirigentes de futebol. O apelo é para que os jornalistas e cronistas esportivos entendam a situação, evitem falar de bastidores, foquem apenas no gramado e que, mesmo se acontecer um tropeço, tentem ir pelo caminho da contemporização.
Esse comportamento está presente no Brasil e também nos dirigentes atuais da Ponte Preta e nos componentes do Conselho de Administração. E renego tal postura. Valorização dos seus feitos. Considero um pedido inócuo e sem nexo.
Deixo claro: entendo quando o apelo vem do torcedor. Criamos no Brasil uma maneira infantil de lidar com o futebol e dizer a verdade ficou relacionado a produção de frustrações.
Ninguém obrigou José Armando Abdalla Junior a sentar na cadeira presidencial da Ponte Preta como Palmeron Mendes Filho jamais foi pressionado a fazer parte do Conselho de Administração e consequentemente ser o seu comandante. Aceitaram o desafio por livre e espontânea vontade. Ou seja, devem ser preparados para aguentar os ônus e desfrutar do bônus da função. Inclusive as cobranças da imprensa.
Na Ponte Preta, é natural que o time vive um instante de expectativa tanto no gramado, como nos bastidores em que o combate entre José Armando Abdalla, Gustavo Válio contra o grupo de Sérgio Carnielli parece evidente.
No Guarani, quem era aliado virou adversário. Horley Senna e Palmeron Mendes estão em lados opostos. Como deixar a analisar o reflexo disso no time que entra em campo? E as lutas de bastidores entre Roberto Graziano e Nenê Zini pelo controle do futebol profissional?Como ignorar?
Não há como baixar a guardar. Impossível deixar de cobrar e pedir melhorias. Não falamos de propriedades particulares e sim dos principais símbolos esportivos de Campinas. Não dá para descuidar.
(análise feita por Elias Aredes Junior)