Dois personagens da vitória pontepretana sobre o São Paulo retratam aspectos recentes da vida do clube: Renan Fonseca e Hugo Cabral.
O primeiro, zagueiro e líder natural, representa a eficiência de um time que só não degringolou de vez devido a eficiência de sua zaga e dos seus volantes. Marcação cerrada, perdigueira e que sempre retoma a bola.
Os problemas da Macaca encontram-se na construção das jogadas e nas variações táticas para vencer os jogos. Quando é atacada, dificilmente sofre gol. Seus zagueiros até fazem além daquilo que está previsto no roteiro. Quantas vezes observamos os atletas oponentes avançando pelos lados do campo e a Alvinegra é salva por uma interceptação de Renan Fonseca ou de Reginaldo? Creia: não é pouco.
Como não é pouca a gangorra vivida por Hugo Cabral. Entrou contra o Oeste e agitou o coreto a tal ponto que todos imaginaram que seria a solução ofensiva. Foi usado por Mazola Junior contra a Ferroviária e decepcionou. Depois, com a entrada de Thalles ficou jogado ao relento. Preservado por causa de apupos e reclamações da torcida. Agora, virou redentor com o gol diante do São Paulo.
O episódio serve para constatar que as arquibancadas podem e devem cobrar da diretoria e do treinador. Quanto ao atleta, é preciso um pouco de paciência. Entender que existem altos e baixos e deve-se torcer para surgir o potencial de alguém que, bem ou mal, representa o clube. Se os gols aparecerem todos ganham.
Renan Fonseca e Hugo Cabral demonstram que, se por um lado a Macaca tem rumo em alguns setores, por outros precisa ser mais atenta e compreensiva para não perder frutos saborosos lá na frente.
(análise feita por Elias Aredes Junior)