Torcida pontepretana faz clamor por Eberlin e exibe a verdade nua e crua: chega de dirigentes coadjuvantes!

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Apesar dos apelos de conselheiros e torcedores, já é praticamente certo o descarte do nome de Marco Antonio Eberlim (à direita na foto da matéria) como um dos candidatos a executivo de futebol da Ponte Preta.

Gustavo Bueno não está descartado, mas eu apostaria que a tentativa seria pela busca de um terceiro nome. Agora, a comoção em torno do ex-vice-presidente de futebol chama atenção. Existem pendências jurídicas entre ele e o clube e o rompimento com Sérgio Carnielli é dito e notório. São obstáculos reais a sua volta pelo que apurei.

Reflita sobre um fato: os torcedores pedem o retorno de uma pessoa que saiu de um cargo diretivo da Macaca há 12 anos e teve apenas uma passagem pelo Bragantino. Claro, os resultados obtidos colaboraram. Semifinal de Copa do Brasil, Paulistão, revelação de jogadores e o fato de nunca ter caído de divisão regional e nacional colaboraram para a formação de uma figura quase mitológica entre muitos torcedores.

No dia do dérbi, Eberlim participou de programas esportivos e demonstrou encontrar-se com a cuca e a língua afiada, tanto para analisar futebol como para contar causos saborosos. O que não seria motivo suficiente para uma nostalgia de parte da arquibancada.

Já escrevi tal ideia em artigo anterior mas vale a pena reprisar: a eficiência de Eberlim foi superfaturada pela incompetência daqueles que desembarcaram no Majestoso nos últimos anos. Sejam fãs ou detratores, todos concordam que com Eberlim no comando você sabia que teria um dirigente centralizador, obcecado em contratar técnicos para armar bons sistemas defensivos e que jamais desistia do jogador.

O ruim poderia virar razoável e o regular poderia transformar-se em bom. Nos instantes de crise, não fugia da imprensa. Quantos dirigentes estatutários fizeram o mesmo nos últimos anos? Pois é.

Depois de sua saída, a verdade é que a Ponte Preta trocou o trabalho autoral do dirigente pela importação de filosofias.

Quando subiu em 2011, o feito foi direcionado à Gilson Kleina; dois anos depois, Jorginho virou o centro das atenções ao disputar a final da Sul-Americana. O vice-campeonato na Série B em 2014 tem a cara de Guto Ferreira. Três anos depois, Gilson Kleina pegou o touro a unha e levou o time á decisão do Paulistão. Após passar pelo Palmeiras, a imprensa não queria saber das frases de efeito de Vanderlei Pereira, Giovanni Di Marzio ou Carnielli. Todos são tinham olhos para Kleina. Ele tinha a luz.

Esse é o ponto. A torcida da Ponte Preta não aceita dirigente coadjuvante. Quer  e deseja protagonistas. Que assumam o leme do destino da Macaca. Que não tenham medo de botar a cara para bater. Assumam os erros e tenham capacidade de enquadrar os treinadores na filosofia do clube. Hoje a torcida pontepretana não vislumbra ninguém com tal perfil.

Eberlim é a representação daquilo que o torcedor pontepretano sonha. Enquanto isso não for obtido a presença de Eberlim continuará forte e marcante nas mentes e corações de muitos pontepretanos.

(Elias Aredes Junior)