Hugo Cabral: até quando a falta de paciência vai dizimar jogadores na Ponte Preta?

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Hugo Cabral fez reunião com Jorginho e deve se despedir da Ponte Preta. Fez 13 jogos e anotou três gols. Torcedores comemoram nas redes sociais. Acreditam que é uma boa noticia. Oportunidade para discutirmos o tempo exíguo que é concedido para que alguém produza e faça história no estádio Moisés Lucarelli.

Se ninguém lembra, eu faço questão de recordar. Quando a Macaca estreou no Paulistão contra o Oeste, apesar do empate sem gols, os torcedores elogiaram de modo unanime, a dedicação, a velocidade e a volúpia de Hugo Cabral. Consideravam que poderia apresentar um futebol de qualidade para auxiliar a Macaca na campanha do acesso. Afinal, foi este mesmo Hugo Cabral que ajudou o time do CSA no ano passado a viabilizar o acesso.

As oscilações e algumas partidas ruins colocaram tudo por água. Não houve tempo concedido. Condenação sumária.

Será que não valia a pena esperar? Criar um clima aconchegante para que ele exibisse o seu futebol não seria uma saída salutar?

Rememoro a própria história da alvinegra. Lembram como Clayson foi malhado em 2016? No Campeonato Brasileiro, os discursos de defesa de Eduardo Baptista não resolviam nada. Seja como titular ou reserva, era Clayson dominar a bola e tudo era implodido. Veio o Campeonato Paulista, Gilson Kleina desembarcou e conseguiu exibições de gala do atacante, que ao lado de William Pottker e Lucca formavam um trio que infernizavam as defesas adversárias. Já pensou se ele fosse dispensado ao final de 2016? A arrecadaria dos seus direitos seria tão vantajosa como foi em meados de 2017?

Não digo que Hugo Cabral era carregar o time nas costas. Nada disso. Tem várias limitações como tinha o centroavante Alexandro, figura central na campanha de 2014. Só que um a torcida teve toda a paciência do mundo e o outro não teve direito a defesa.

Não basta contratar bem. Paciência é requisito para sucesso no futebol. Hoje e sempre.

(Elias Aredes Junior)