Não ligue para os atletas que Jorginho escolherá para o confronto de sexta-feira, contra o Vila Nova, em Goiânia. Por um instante, pare de reclamar da limitação de Thalles, da lentidão de Matheus Vargas ou da ineficiência de Arnaldo para marcar. Tudo isso é secundário perto daquilo que é fundamental. Sem uma mudança de postura é impossível imaginar a Macaca nas quatro primeiras posições da Série B do Campeonato Brasileiro.
E o técnico pontepretano recebeu uma “lição” no domingo á noite. O professor? Fernando Diniz, o técnico do Fluminense. Que tem em mãos um elenco limitado, sofrível, cuja única estrela é o atacante Pedro. Saiu perdendo por 3 a 0 e no final comemorou o triunfo sobre o Grêmio por 5 a 4 em plena arena do Grêmio. Pense que tal vitória foi de um clube com problemas de salários atrasados, dificuldades para colocar em ordem as questões política e cujo oponente tem um poderio financeiro robusto. Isto nunca foi desculpa para o Fluminense desistir do jogo. Sem deixar de buscar o gol.
Agora, o que aconteceria se Fernando Diniz, ao conseguir o empate por 3 a 3 resolvesse ficar acuado para assegurar o placar? Será que o quinto gol seria possível? Não, não seria. Porque, independente dos jogadores que têm à disposição, Fernando Diniz teve postura ambiciosa. Nunca desistiu.
Ninguém precisa me dizer que os campeonatos são diferentes, o clima e a conjuntura também. Lógico que interfere. O comportamento humano, no entanto, pode e deve ser analisado. Jorginho e sua excessiva cautela foram castigadas contra o Criciúma. Não lhe forneceram chance na estreia contra o Coritiba.Fernando Diniz, por sua vez, perdeu de Goias e Santos e não deixou de defender sua concepção ofensiva.
Ninguém ostenta à toa a história que Jorginho possue. Campeão como jogador e dono de uma história como treinador, que conta com um acesso com o Vasco da Gama e o vice-campeonato com a Ponte Preta em 2013. Jorginho pode e deve fazer melhor. Principalmente se tiver coragem. É o que a torcida pontepretana deseja.
(Elias Aredes Junior)