Ponte Preta, Rafael Longuine e o ódio de (pequena) parte da torcida que abre mão da reflexão e do raciocinio

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O artigo opinativo sobre o papel de Rafael Longuine fez o ódio extrapolar nas redes sociais. Respostas desprovidas de educação, ausência de argumentos e debate pobre. Torcedores da Ponte Preta perderam uma chance de ouro de discutirem um tema pertinente iniciado pelo texto publicado pelo Só Dérbi.

Uma pergunta é necessária: quem está satisfeito com a produção exibida pela Ponte Preta no gramado? Duvido que alguém esteja feliz. Seja com Jorginho ou Gilson Kleina, a equipe padece de organização no meio-campo, erra passes em demasia e por vezes abusa da ligação direta. Um horror. Fica explicita a dependência de uma conclusão de Roger, uma arrancada de Camilo, entre outros expedientes. Arrancada? Toque diferenciado? Esqueça.

No período de recuperação de Rafael Longuine no Departamento Médico, Jorginho disse por inúmeras vezes que o time deveria esperar por Longuine pelo tempo que fosse preciso. Por que? Porque Gerson Magrão, Matheus Vargas (agora no Fortaleza) e Vinicius Zanocello não oferecem instrumentos suficientes para produzirem jogadas de modo uniforme os 90 minutos. E quando Longuine entrou? Você vai negar que ele pelo menos arquitetou jogadas diferenciadas? Pois é.

Limpe o ódio que escorre no canto de sua boca, abra mão da selvageria irracional que permeia o futebol nacional e raciocine.

Não há armadores de qualidade no mercado. Tanto que a reposição de Matheus Vargas será feita com Léo Mineiro um típico volante. Por incompetência da diretoria de futebol profissional, não conseguem arrumar algum armador escondido no interior do Brasil e que possa fazer a diferença. Lembram quando Renato Cajá chegou em 2008 e estava perdido no interior do Brasil? Isso não se vê mais na Ponte Preta. Infelizmente.

Acrescente finanças combalidas, um elenco com parcas opções e conclua: ou Rafael Longuine entra em campo e produz um futebol satisfatório ou a possibilidade de acesso fica mais distante. Não porque ele seja um extra-classe mas pelo fato de atletas com suas caracteristicas sejam raros.

Repito: ao invés de pensar em palavras e atos violentos contra quem apenas propõe um texto de reflexão sobre futebol, aproveite o tempo e raciocine de modo saudável e com conteúdo sobre aquilo que a Ponte Preta produz no gramado.

(Elias Aredes Junior)