O Guarani teve nesta década 32 treinadores, entre interinos e fixos. Um festival de tentativa e acerto que explodiu a paciência do torcedor. Fracassos e decepções que geraram rebaixamentos, estadias quase infinitas na Série C e disputas de titulo que pareciam sazonais.
Ao realizar o levantamento conclui que apenas cinco nomes tiveram êxito neste período: Giba, Vadão, Vilson Tadei, Marcelo Chamusca e Umberto Louzer. Excetuando-se o caso de Chamusca, todos os outros tinham como ponto em comum uma ligação com Guarani, por menor que fosse à primeira vista.
Giba foi lateral da equipe na década de 1980 e foi treinador em passagem anterior. Nunca escondeu o carinho que tinha pelo Guarani e tal sentimento foi essencial para tirar a equipe da zona do rebaixamento da Série B em 2011.
Vilson Tadei celebrou o acesso no Campeonato Paulista em 2011 e tinha uma folha de serviços prestados ao clube como atleta na década de 1980. De Vadão, nem preciso esticar o assunto. Foi jogador nas categorias de base no final da década de 1970 e em 1997 operou o “milagre” de deixar o time na primeira divisão do futebol de elite.
Umberto Louzer, por sua vez, foi volante da equipe neste século e antes de assumir como titular foi auxiliar técnico.
Qual a lição deixada por esses perfis? Que o treinador precisa conhecer o Guarani, sua história e sua gente. Saber os atalhos para fugir das brigas políticas. E isso consegue quem tem alguma ligação com a agremiação. Provinciano? Concordo. É o que temos para o momento.
Como Carpini já jogou pelo clube e passou um tempo como auxiliar, não são desprezíveis as chance dele dar certo e ficar para o Paulistão 2020. E se der certo, o Guarani deveria estabelecer algo claro: utilizar as categorias de base e a comissão técnica para preparar treinadores de futebol.
Está comprovado que o Guarani porta-se como uma família, para o bem ou mal. Não é qualquer um que consegue decifrar algo tão emblemático como o espírito do torcedor bugrino.
(Elias Aredes Junior)