No saldo da década, por enquanto, Macaca goleia Guarani. Como explicar? Resposta: bastidores

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Tem razão o técnico interino bugrino Thiago Carpini quando afirma que o tabu de sete anos sem vitórias sobre a Ponte Preta não pode ser colocado sobre as costas dos atuais jogadores do Guarani.

Vou além: os jogadores, mesmo que passaram nesta década não podem ser totalmente responsabilizados pelo saldo de seis vitórias pontepretanas, três empates e apenas uma vitória bugrina. Para variar, os bastidores fornecem subsídios de sobra para encontrar os verdadeiros culpados.

Em 2011, o Guarani não teve chance, seja no comando de Vilson Tadei ou de Giba. Perdeu os dois jogos. Enquanto o rival estava ajeitado administrativamente e com linha de trabalho definida, o Guarani convivia com atraso de salários, problemas de infra-estrutura e discussões intermináveis pelo poder. Como vencer dessa maneira?

Coincidência ou não, a gestão de Vadão em 2012, sob o comando de Marcelo Mingone, foi um dos únicos períodos da década em que o Guarani tinha uma linha de trabalho com começo, meio e fim. Empatou um clássico e venceu outro, sendo que esta vitória levou a final do Paulistão.

No ano seguinte, o triunfo pontepretano por 3 a 1 no Brinco de Ouro era a tradução do abismo administrativo entre as duas equipes. A Macaca comandada por Guto Ferreira e com jogadores como William Batoré; o Guarani sob a responsabilidade de Zé Teodoro e um presidente –Álvaro Negrão- às voltas com dificuldades para pagar a folha salarial.

No ano passado, a Macaca colheu uma vitória e um empate. Talvez os únicos em que os corredores do Brinco não influíram negativamente. Umberto Louzer, recém-campeão pela Série A-2, tinha um elenco razoável nas mãos, mas sucumbiu no Brinco de Ouro perante a esperteza de Doriva e a velocidade de André Luiz. Ah! Sem contar a pilha emocional trabalhada pelo ex-auxiliar técnico e agora treinador João Brigatti.

Neste ano, a vitória por 3 a 0 no Paulistão e por 1 a 0 na Série B do Brasileirão são frutos colhidos pelo trabalho tático de Jorginho.

Moral da história: não dá para ter final feliz sem fazer a lição de casa.

(Elias Aredes Junior)