Uma segunda feira a tarde. Um grupo de torcedoras do Guarani abre mão de seus afazeres profissionais e se dirigem a um abrigo de idosos. Distribuem presentes. Inclusive uma camisa para a rival Ponte Preta, sonho do senhor Mauricio, de 82 anos. O fato viraliza. É abordado por diversos veículos de comunicação. Inclusive este Só Dérbi.
O trabalho do Bugrinas em Ação é acompanhado por este portal desde o nascedouro. Por dois motivos. Primeiro por acreditar que tais ações só trazem benefícios a sociedade. E mais: ações afirmativas e solidárias são componentes vitais para amenizar o clima cada vez mais beligerante, preconceituosa e individualista ao extremo que vivemos no cotidiano.
Quando o “Bugrinas em Ação” faz um trabalho em um asilo ou distribuiu alimentos para pessoas carentes no centro de Campinas manda um recado direto: o futebol vai muito além das quatro linhas. Jornalista esportivo que aborda apenas aquilo que acontece no gramado ou está alienado ou deseja alienar alguém. Não há meio termo. As garotas destroçam preconceitos e chavões pueris.
Cada ação do Bugrinas em Ação colabora para destruir preconceitos contra as torcidas organizadas. Não deveria ser motivo de vergonha. O fato de 6% serem envolvidos em atos de vandalismo não apaga o fato de que as Torcidas Organizadas, mesmo com todos os seus problemas e defeitos é o único espaço para o pobre exercer na plenitude a sua paixão pelo clube. Especialmente em um futebol cada vez mais elitizado. É possível ir além da arquibancada.
Quando um grupo de mulheres presenteia idosos carentes ou por vezes sem amparo fico convicto de que somente o torcedor consciente e cidadão poderá salvar o Guarani juntamente com uma gestão profissional e focada em transformar o Alviverde em um clube inserido na nova sociedade de consumo mas sem perder a essência do futebol.
As integrantes do Bugrinas em Ação não precisaram de ações de empresas estatais (que são importantes), benesses de empresários ou estrutura azeitada. Somente da ação e da paixão pelo Guarani. É isso que poderá ressuscitar o clube e indiretamente deixar o futebol melhor do que ele já é.(Elias Aredes Junior)