O torcedor bugrino tem razão em reclamar do empate obtido em Mirassol. Atuava de maneira eficiente, saiu na frente com um gol de Junior Todinho e tudo parecia sob controle até a perda da posse de bola do centroavante Alemão, o corte da defesa bugrina, a bola parada e a conclusão do zagueiro Luiz Otávio.
Independente deste lado amargo, não há como ignorar algumas soluções buscadas pelo técnico Thiago Carpini após as saídas do time de Lucas Abreu, suspenso, de Giovanny e Lucas Crispim, suspensos. A escalação de Igor Henrique deu vigor na transição da defesa para o ataque e de quebra atrapalhou o trabalho de Camilo e Chico.
Com Bady e aproximação entre os setores, o Guarani ganhou um jogador de toque, pronto para abrir espaço aos companheiros e um auxiliar para Pablo no lado direito. Apesar de tantas mexidas, o time respondeu bem, até na construção de alguns detalhes importantes, como o rebote nas imediações da área e o posicionamento para que o contra-ataque fosse puxado.
Agora, penso que tanto este que vos escreve como a própria torcida precisa calibrar o seu grau de exigência com relação ao treinador. Escrevi e a reafirmo que o espírito crítico não pode ser perdido. Jamais. Mas alguns fogem a capacidade de intervenção do técnico.
Dou um exemplo prático. Em diversas passagens do confronto em Mirassol, o Guarani estava compactado e com atletas próximo uns dos outros. E não foram poucas as vezes que ao receber uma bola um atleta do Guarani deixa a bola escapar do oponente. Você via o jogador bem posicionado, checava a jogada bem construída e de repente tudo virava pó.
Por que? Simples: falta qualidade técnica. Por maior que seja a dedicação de Carpini, vez ou outra os jogadores não entregam o que ele pede. Sintomas claros de um time que trabalha com orçamento enxuto e sem chance de ser agressivo no mercado.
Um cenário é formado pelo futebol que a gente quer. Outra conjuntura é aquilo que o clube precisa. O torcedor bugrino quer um futebol ofensivo e envolvente.
Diante de um elenco com alguns jogadores limitados, o Guarani precisa de imediato é de um time operário, capaz de conquistar os mágicos 12 pontos e assegurar uma preciosa manutenção na divisão de elite regional. Por tudo que tem feito, Thiago Carpini entendeu o recado. Ainda bem.
(Análise feita por Elias Aredes Junior)