Fortaleza e Botafogo-PB na mira de investidores. Ponte Preta e Guarani estão preparados para o capitalismo da bola?

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Seria de ótimo tom os dirigentes de Ponte Preta e Guarani acompanharem os movimentos do mercado da bola. Aos poucos, investidores começam a olhar para clubes de médio e pequeno porte do Brasil. Objetivo: aquisição. Ter o controle total e com isso viabilizar investimentos e posterior lucro. Algo já alertado por especialistas como Amir Somoggi e Fernando Ferreira.

Dois casos ocorridos na região nordeste exemplificam este novo cenário. De acordo com informações do jornalista Ricardo Perrone, do Uol, o bilionário russo Ivan Savvidis deverá desembarcar até o final do mês no Brasil para tentar adquirir o Fortaleza.

Uma reunião já estaria agendada com o presidente do clube, Marcelo Paz. Que deseja apenas patrocínio e parceria. Se não for atendido, o bilionário russo já avisou que irá procurar um outro clube. Para ele, o futebol é um bom negócio.

O Botafogo da Paraíba poderá entregar as suas categorias de base para o técnico sueco Evan Goran Erickson, que dirigiu a Seleção Inglesa em duas Copas do Mundo. O técnico já se encontra em João Pessoa para fazer as negociações.

Os apressados poderão dizer que são equipes situadas em capitais. Ok, mas com poder econômico mediano. Fortaleza, por exemplo, tem 2,6 milhões de habitantes, que tem trabalhadores com 2,7 salários mínimos de média. Em contrapartida, o mesmo salário médio encontra-se em João Pessoa (PB) com 805 mil habitantes.

Apesar de serem capitais importantes na região nordeste não tem a importância do estado de São Paulo, tanto em participação no PIB (32% do total) como também no poder de compra dos trabalhadores. Campinas, com 1,2 milhão de habitantes, tem trabalhadores que ganham em média 3,8 salários mínimos e só o municipio colabora com 2,3% do resultado do PIB do país. Como comparação, basta dizer que Curitiba, segundo o IBGE, ajuda com 2,1%.

Uma hora ou outra Ponte Preta e Guarani vão entrar neste radar. Não só por causa da história dos dois clubes e seus resultados históricos no gramado, mas especialmente por Campinas ser uma cidade industrial e que pode servir de alavanca para quem quer expandir suas fronteiras além do esporte e do entretenimento.

Os torcedores estão preparados? A crônica esportiva está consciente de que os tempos mudaram e o futebol também será adaptado a essa conjuntura? Os clubes tem informações adequadas para tomar o melhor caminho? Parece clichê (e é) mas só existe uma frase para definir o espírito do tempo: só o tempo dirá.

(Elias Aredes Junior)