Quem observa a discussão pelos veículos de comunicação a respeito da assembleia de sócios do Guarani realizada na quinta-feira pode pensar que falamos de uma agremiação potente e abarrotada de sócios. Tipo o Internacional de Porto Alegre com mais de 100 mil sócios ou até do time do Green Bay Backers, equipe do futebol americano e com 100 mil proprietários, quase todos residentes em Wiscosin.
Uma pena tudo ficar no estágio da ilusão. Vamos aos números. Na atualidade, o Guarani tem, no máximo, 990 sócios sendo que deste total apenas 600 cumprem os requisitos estatutários para votar e ser votado.
Pare. Pense. Reflita. Um clube centenário, campeão brasileiro na primeira e na segunda divisões e que em jogos decisivos coloca mais de 17 mil, 18 mil pessoas no estádio Brinco de Ouro, tem apenas um punhado de pessoas para definir o seu destino. Chega a ser constrangedor.
O passado reforça o cenário trágico. Em 2007, para ser eleito na urna pela primeira vez no século 21, Leonel Martins de Oliveira recebeu 638 votos enquanto que Cid Ferreira teve 138. Ou seja, naquela época, só Leonel teve votos acima do provável e atual colégio eleitoral.
Em março de 2014, Álvaro Negrão teve 297 votos enquanto que Horley Senna contabilizou 257 votos. Ou seja, mesmo com o aumento de sócios decorrente da campanha feita por Palmeron Mendes filho, o colégio eleitoral em relação a eleição de 2014 cresceu aproximadamente 6,19%. Muito pouco.
Quem está dentro não percebe mas a realidade é que o Guarani morre aos poucos. E poucos se movimentam para tirar o Guarani da rota do desastre inevitável. Triste
(Elias Aredes Junior- com foto de David Oliveira-Guaranipress)