O balanço financeiro divulgado pela Ponte Preta na semana passada deveria ser objeto de pesquisa por parte de especialistas em gestão do esporte. Alguns dados revelam o caminho das pedras para não executar um política de governança esportiva decente e focada em bons resultados.
O saldo é escabroso. No ano passado, somente o departamento de futebol profissional teve um déficit de R$ 7.487.042. Motivo mais do que suficiente para cobranças energéticas sobre os gestores.
Todos são culpados. O ex-presidente José Armando Abdalla Junior e o diretor financeiro Gustavo Valio por não terem feito gastos com sabedoria. Deveriam fazer muito com pouco. O executivo de futebol, Gustavo Bueno porque que fez escolhas erradas e que se refletiram no gramado. Sem contar sua única preocupação em vender e ou rescindir contratos.
A então oposição também é culpada. Ao invés de ajudar, ex-dirigentes como Sérgio Carnielli, Vanderlei Pereira, Tiãozinho e outros menos cotados criaram um clima ruim de tal nível que ficou impossível os gestores fugirem da pressão e trocaram os pés pelas mãos. Existiu a tempestade perfeita. Mas ela foi artificial. Produzida. E a então oposição tem culpa. Não propôs nada, provocou tumulto e agora no poder não traz soluções condizentes com a realidade. Mas os gestores anteriores não podem ser eximidos. Fracassaram.
O resultado desta comédia de erros encontra-se nos números. Basta dizer que em 2018 para ficar na quinta posição da Série B do Brasileirão, a Macaca teve despesa com o seu departamento de futebol profissional a bagatela de R$ 37.335.499. No ano seguinte, o o gasto foi maior: R$ 39.427.359.
Com um agravante: a receita diminuiu. Em 2018, o departamento de futebol da Macaca teve um orçamento disponibilizado o valor de R$ 35.662.832. No ano passado, a receita caiu para R$ 31.940.317 e o deficit alcançou o valor acima de R$ 7 milhões. A explicação: a eliminação para o Aparecidense na Copa do Brasil. Em 2018, o clube campineiro arrecadou R$ 6,7 milhões na competição nacional. Em 2019, ficou com apenas R$ 525 mil. E errou ao colocar na previsão orçamentário uma possível arrecadação com a Copa do Brasil.
Fica a pergunta: ninguém será cobrado? Ficará tudo por isso mesmo? Os números são uma demonstração cabal de incompetência. Esperamos que o filme não se repita em 2020. (Elias Aredes Junior)
Confira os resultados:
Receitas e Despesas Operacionais no departamento de futebol profissional da Ponte Preta
Em 2018:
Receita: R$ 35.662.832
Despesas: R$ 37.335.499
Déficit no exercício: R$ 1.672.667
Em 2019
Receita: R$ 31.940.317
Despesas: R$ 39.427.359
Déficito no exercício: R$ 7.487.042