Estava em luta comigo mesmo nesses últimos dias. Aquelas lutas onde não se enxerga uma solução muito menos um vencedor. Um dilema difícil de resolver.
Como branco, sou beneficiário do racismo intrínseco na sociedade.
Privilégios que passam desapercebidos por eu não sentir na alma o que pretos e pretas passam todos os dias.
Não é meu “lugar de fala”. Mas após muito refletir cheguei a uma conclusão: uma das formas de mostrar apoio incondicional à causa é levantar a bandeira, mostrar empatia, combater ferozmente um dos males do homem: o racismo.
Se você é daqueles que falam: “mas todas as vidas impotam”. Essa frase carrega um racismo irrustido de cidadania. A causa é em busca de respeito e igualdade.
Como vem acontecendo ao longo da história, não podemos deixar de discutir a sociedade em nenhum ambiente. Por falta desse diálogo é que chegamos ao estado das coisas.
Sempre foi negado por quem detém o poder alguns jargões para impedir os menos politizados de ter voz ativa.
Ai surgiram velhas máximas como: – Política e futebol não se misturam.
Engano ou talvez, ignorância.
Copas do Mundo, Olimpíadas, segurança nos estádios, eleições para os cargos nos clubes… a lista de como uma coisa está ligada a outra é enorme.
Por isso, se misturam, e como!
– Religião e política não se discute.
Tudo que é dito por políticos e padres, pastores… não se questiona?
Em alguns grupos de torcedores da nossa Ponte Preta no Facebook lincharam virtualmente outros que expressavam uma imagem antifascista e antirracista.
Digo a esses: não há meio termo nesse assunto!
Ou você é antirracista ou você é racista. Ou você é antifascista ou você é fascista.
O momento é de ruptura. Basta! Não há mais espaço para racistas!
(Artigo escrito por André Gonçalves-Especial para o Só Dérbi)