Professor da FGV e estudioso das Torcidas Organizadas, Bernardo Buarque afirma: “Toda criminalização é a falência do diálogo”

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As manifestações por democracia e contra o racismo capitaneadas pelas Torcidas Organizadas foi foco de análise de estudiosos e intelectuais. Gente que não se contenta com o futebol nas quatro linhas.

Quer ler e entender as implicações sociais geradas pelo esporte mais popular do país e suas ramificações, como torcedores agrupados em instituições muitas vezes criminalizadas pela imprensa.

Um desses personagens é Bernardo Buarque de Hollanda, professor-adjunto da Escola de Ciências Sociais FGV CPDOC. Ele também tem pós doutorado ela Maison des sciences de l’homme de Paris (Bourse Hermès-2009) e pela University of Birmingham (Rutherford Fellowship – 2018).

Nesta entrevista gravada para o Só Dérbi, o sociólogo faz questão de ressaltar que as mobilizações apenas proporcionaram que as Torcidas Organizadas retomassem o seu papel histórico. “Elas (Torcidas Organizadas) atuam em dois planos. Um é na vida em torno dos clubes, mas em conjunturas políticas mais amplas como vivemos essa participação ganha relevância na macropolítica”, afirmou Buarque.

Ele confirma o seu lamento em relação a estigmatização que seguem esses torcedores. “Toda forma de criminalização é a falência do diálogo. O ponto é que você toma a parte pelo todo e é a solução mais fácil, já que não conseguem identificar quem faz esses atos violentos”, analisou. “Você não pode atribuir a uma entidade a atitude de alguns”, completou.

O professor analisa que por enquanto não quer cravar que a mobilização é de uma proporção capaz de entrar para a história, mas que a hora é de observação e de acompanhar  os acontecimentos. (Reportagem e Texto: Elias Aredes Junior)

Para acompanhar a entrevista basta clicar no player abaixo: