Camilo foi contratado. Neto Moura também. Luiz Yoama está na mira. O Mirassol de uma hora para outra virou o caminho de redenção da Ponte Preta. É a solução para consertar um time titular abrigado na zona do rebaixamento da Série A-1 do Paulistão. E capaz de buscar uma das quatro vagas na Série B do Campeonato Brasileiro.
Eu poderia ir pelo caminho fácil e dizer que o Mirassol demonstrou mais competência na hora de contratar do que a Macaca. É relativo. Porque uma boa contratação depende de uma série de fatores como boa infra-estrutura, o perfil da equipe, as características do atleta, o respaldo da diretoria, entre outros fatores. É um quebra cabeça difícil. Não há como saber se tudo dará certo.
No entanto, tal postura da diretoria pontepretana demonstra que existe mais uma predisposição de seguir a onda do momento do que construir um conceito e uma filosofia de futebol capaz de convencer a opinião pública.
Tais jogadores entraram na mira da Macaca porque o Mirassol fez boa campanha. Respaldado por uma infra-estrutura espetacular em comparação a própria Macaca. Agora, e se fosse o contrário? Será que existiria idêntica convicção? Não seria melhor incutir uma filosofia, uma metodologia de jogo e buscar os atletas que se encaixam nesta metodologia de trabalho? Pois é.
A Macaca não pode ficar dependente de condutas que estão na moda. Não pode contratar apenas para contentar o alarido da torcida.
Exemplo prático: Apodi e João Paulo foram aplaudidos por todos. Inclusive por este Só Dérbi. Quando a bola rolou, o estilo de jogo destes atletas não encaixou em nenhum com o estilo de Gilson Kleina. Agora, vão tentar viabilizar boa produção com João Brigatti. Que é diferente de Kleina.
A Ponte Preta comporta-se como um jogador de xadrez que deseja vencer com as peças utilizadas em tabuleiro de damas. Antes de contratar é vital saber o que se pretende e onde se deseja chegar. Para depois não chorar sentado na sarjeta.
(Elias Aredes Junior)