Apesar das inúmeras promessas encaminhadas pelos grupos políticos existentes no Guarani de que uma nova etapa seria vivida em sua história após 2014, uma chaga não foi curada: o machismo.
Levantamento feito pela reportagem do Só Dérbi demonstra que atualmente o Guarani dispõe de sete vagas no Conselho de Administração, 80 cadeiras no Conselho Deliberativo e cinco assentos no Conselho Fiscal. Dessas 92 vagas, apenas cinco são ocupadas por mulheres, o que totaliza 5,43% do total.
O percentual fica aquém até daquilo que se verifica no Congresso Nacional, em que as 77 deputadas e 12 senadoras representam 15% do total. Interessante observar no Guarani é que, apesar desse contingente exíguo e bem aquém da média nacional no parlamento, não existe nenhum movimento institucional para inverter o quadro.
É constrangedor o Conselho de Administração ser um autêntico “Clube do Bolinha”. Será que não existe nenhuma bugrina advogada, engenheira, administradora, arquiteta ou jornalista com capacidade de fazer diferença na estrutura do clube? Será que eles não podem colaborar e terem um papel de vanguarda?
Um dos dramas bugrinos dos últimos anos é a falta de ideias. E essa carência de projeto é refletida na ausência de novas mentes e visões diferenciadas.
Devemos exibir os exemplos positivos. Como a de Amaia Gorostiza, presidenta do Eibar, que neste ano ficou em 14º lugar no Campeonato Espanhol. Um clube de pequeno porte e que sobrevive no meio de tubarões como Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid e Sevilla. Será que o Guarani não conta com nenhuma mulher com igual talento e aptidão? Se a procura não for desencadeada e a oportunidade não for aberta, nada vai acontecer.
O torcedor bugrino afirma que faz parte de uma família. No Século 21, as famílias têm as mulheres como suas protagonistas. Está na hora do clube transformar a teoria em prática.
(Elias Aredes Junior)
Ps: a foto que ilustra esta matéria foi retirada do site oficial do Guarani. Foi feita em um aniversário do clube. Não seria melhor que o salão em que se reúne o Conselho Deliberativo estivessem com todas essas mulheres participando das decisões do clube? Fica a reflexão.