Após a vitória sobre o Confiança por 2 a 1 e a reabilitação na Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico da Ponte Preta, João Brigatti , fez um longo desabafo na entrevista coletiva na sala de imprensa. “Depois de uma eliminação, surgem algumas situações desagradáveis, críticas em cima no nosso trabalho. Fomos duramente execrados até o dia de hoje. Só quero dizer uma coisa: a Ponte está nessa situação pela força mental do seu elenco. Tentaram criar situações que o elenco estava rachado, é muito fácil falar isso depois de uma eliminação que não atuamos bem e não merecíamos a classificação. São situações que acontecem. Tenho de trabalhar em cima do que acredito”, afirmou o técnico.
Ele assegurou que Zé Roberto aceitou a proposta de transferência por ser um time de Série A. São desabafos naturais de alguém pressionado. Não serei, entretanto, leviano de esconder alguns pontos essenciais neste roteiro.
Ninguém inventa noticia. Não preciso defender os meus colegas que atuam no cotidiano da Ponte Preta, mas todos fazem um trabalho correto e minucioso. E precisam de fontes.
Como qualquer profissional que cobre uma instituição relevante. E tais fontes estão dentro do organograma do futebol, da diretoria executiva, entre os funcioários, em todo o lugar. São eles que transmitem as noticias e os dados. Até para que não fiquemos na mão de fontes oficiais. Repito: ninguém inventa nada.
Os repórteres ficam em uma dependência maior de suas fontes porque a Ponte Preta está contaminada há tempos pelo vírus do enclausuramento.
Considera que controlar a informação – ou impedir a sua circulação- é a saída. Um sistema de governo de país fechado. Bobagem.
Vamos partir do básico. Excetuando-se o presidente Sebastião Arcanjo, qual integrante da diretoria executiva conversa e troca ideia com os jornalistas e assim mesmo antes da pandemia?
E os integrantes do colegiado de futebol? Falo especificamente de Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira.
Se eles enviam recados internos de que o trabalho de Brigatti é bom porque não dão declarações contundentes a imprensa de maneira pública?
Muitos torcem o nariz, mas um dos motivos que fizeram com que dirigentes como Marco Antonio Eberlin, Márcio Della Volpe e profissionais remunerados como Ocimar Bolicenho tivessem bom relacionamento com a imprensa e gozassem de credibilidade é que existia disposição ao diálogo.
As informações não eram escondidas. Sem má vontade premeditada com a imprensa. Sabíamos de modo cristalino em que pé estava a situação da Ponte Preta e de sua estrutura.
E hoje? O torcedor tem plena noção do planejamento e dos objetivos da Macaca? Não tem porque infelizmente gente dentro da estrutura do clube tem mania de perseguição. Considera por vezes que a imprensa é inimiga.
Que Brigatti tenha consciência: os seus inimigos não empunham microfones ou escrevem diante de uma tela de computador. Seus principais adversários estão mais próximos do que ele imagina. E sem dialogo, transparência, conversa e trégua na animosidade será impossível derrota-los. E automaticamente levar a Macaca ao acesso.
(Elias Aredes Junior)