Conduzido pelo jornalista Rodrigo Capelo e com a ajuda de especialistas em finanças do esporte, o portal Globo Esporte.com começou a fazer desde o ano passado um ranking de transparência na divulgação das contas dos clubes das Séries A, B e C.
O Guarani tem boas noticias para ostentar.
Se em 2019, a equipe estava na 21ª posição no ranking, neste ano o clube avançou para a 15ª posição. Se levarmos em conta apenas as equipes de médio e pequeno porte do futebol brasileiro, o Alviverde ocupa uma honrosa sexta posição, atrás de América Mineiro, Criciuma, Ceará, Fortaleza e Bahia.
Claro que o esforço do presidente Ricardo Moisés de colocar as contas em dia não pode ser ignorado. Assim como a determinação do superintendente de futebol Michel Alves em cumprir o orçamento. Este Só Dérbi sempre criticou as escolhas e caminhos adotados para tirar mais de menos. Mas longe de pregar a gastança e a postura perdulária. Nada disso. Não é de bom voltar aos tempos de trevas.
Mas algo deve ser dito: louve-se o trabalho de Fábio Araújo. Ele é auxiliado por Heverton Jose Moreno Nucci, Leonardo Gallo Nucci, Maria Cristina Orlando de Siqueira e Ricardo Sagula. Eles fizeram um trabalho de colocar no site oficial do clube todos os balanços financeiros desde 1989. Quem desejar pesquisar a trajetória financeira do Guarani, todos os números estão ali. Um documento para estudar e comprovar os desmandos e problemas registrados no Guarani nos últimos anos. Um sinal cabal de desejo de transparência por parte do Conselho Fiscal.
Não podemos esquecer que o Red Bull Bragantino teve o seu balanço financeiro contestado pela opinião pública por total falta de informações. Pode melhorar o volume de dados do Guarani? Pode e deve. Mas avanços ocorreram. Fato. Repito: deve e precisa melhorar. O caminho é longo.
Agora, existe um entrave. Um problema: a administração bugrina, passando pelo Conselho de Administração, Conselho Deliberativo e outras instâncias de poder do Brinco de Ouro precisam de uma vez por todas entender o papel dos grupos oposicionistas.
Entender, assimilar, estudar e refletir sobre as criticas é missão primária. Até quanto a forma de apresentação dos balanços financeiros. Será que novas informações não podem ser acrescentadas? Defeitos apontados não deveriam ser levados em consideração?
Digo isso porque a construção de um clube transparente não é papel apenas de quem está no poder. A oposição pode e deve ser reconhecida como espaço para apontamento de assuntos pertinentes que estão ausentes. Denúncias não podem ser encaradas como revanchismo político e sim como um auxilio no aprimoramento das contas.
Quando isso acontecer quem sabe veremos o Guarani no alto do podia da decência e da transparência.
(Elias Aredes Junior)