O futebol coloca em lados apostos dois conceitos: desejo e realidade.
Em condições normais, a contratação de Rodrigão pela Ponte Preta deveria ser recebida com ceticismo. Apesar do empréstimo e do Santos quitar boa parte dos seus rendimentos, o jogador não teve boa passagem no Avaí, seu último clube. A busca de soluções precisa ser imediata por parte do técnico Gilson Kleina. E esperar um jogador render em alto nivel em um clube como a Ponte Preta é andar no meio fio.
Duro é afirmar sem medo de errar: a Ponte Preta não tem outra saída se quiser contar com jogadores de qualidade, especialmente aqueles formados por clubes da Série A.
Vamos pensar. A Ponte Preta está inserida em uma Série B com Vasco, Cruzeiro e Botafogo. Apesar de suas condições financeiras claudicantes, são players que estarão em prioridade quando quiserem boas opções de mercado. Em resumo: obstáculo para a Ponte Preta.
Pegue este contexto e veja que neste ano a redução de folha salarial é imperiosa. Sem rebaixar os ganhos, o risco da Ponte Preta chegar ao final do ano com pires na mão é enorme, gigantesca. Não dá para sonhar com altos salários. Só em caso de parceria.
Como fazer parcerias com equipes gigantes se elas querem para si os jogadores que estejam na ponta dos cascos? É, porque no fundo, os jogadores liberados são apostas. Seja por problemas físicos, técnicos, disciplinares ou tático, de falta de entendimento.
Rodrigão em forma e balançando as redes será uma bela sacada da diretoria da Ponte Preta. Um jogador especialista em fazer gols. E se der errado? Será apenas a consequência de uma política de contenção de despesas gerada por um clube que passou anos e anos com adoção de medidas equivocadas. Apertar o cinto em demasia é a consequência gerada.
(Elias Aredes Junior)