Na ultima terça-feira, para obedecer preceito estabelecido pelo estatuto, os dirigentes do Guarani, representados por Ricardo Moisés, juntamente com Michel Alves, superintendente executivo de futebol e com Marcelo Galli, presidente do Conselho Deliberativo, participaram de uma live com a meta de fazer esclarecimentos do planejamento e das decisões tomadas ao longo da temporada.
Foi uma oportunidade preciosa para entendermos os argumentos que levam a determinadas decisões.
Exemplo prático: por que bancar a manutenção de Rafael Costa, que é reserva e quando é acionado não corresponde a expectativa. Sua resposta foi a seguinte: “Rafael Costa é um jogador importante. Ele nos ajudou, em um primeiro momento, na temporada de 2020 em várias situações. Ele tem uma liderança dentro do processo de vestiário que a gente entende que é muito salutar. É um jogador sempre disposto, disponível, sempre respeitou, sempre honrou muito a camisa do Guarani e sempre entregou muita coisa para nós”,disse.
Não contesto a explicação. Até entendo. Por ser um clube que ficou em situação quase falimentar e com redução significativa no número de associados (hoje são 650) isso gerou duas consequências : falta de renovação nos quadros políticos e ausência de gente capacitada para tocar o futebol ou para contratar gente disponível.
Michel Alves tem falhas, equívocos, mas algo precisa ser reconhecido: é uma pessoa sobrecarregada de funções. Quando você precisa contar no seu elenco com um jogador do perfil de Rafael Costa é porque no fundo você precisa suprir uma característica que a própria instituição não lhe dá. Tenho convicção de que o dia que o Guarani encontrar-se em nível de estrutura dos demais clubes médios do Brasil (Fortaleza, Bahia, AthléticoPR), casos como os de Rafael Costa não vão se repetir. Jamais.
E o volante Índio? Contestado pela torcida, a sua permanência tem a seguinte explicação por parte de Michel Alves: “Não podemos esquecer que uma equipe não é feita de 11 jogadores. Nós temos uma competição longa e de extrema dificuldade. (…). Nós não podemos ter apenas 11 jogadores. A gente entende que o Índio é um jogador com potencial e em evolução. Ele já teve momentos bons e teve momentos de dificuldade, mas um atleta não perde o seu valor. Se ele já demonstrou em algum outro momento, naturalmente, vai retomar, porque ele está disposto a isso, fora o exemplo que ele é de atleta no dia a dia, não só ele. Estou falando especificamente dele, porque já foram três ou quatro questionamentos sobre esse atleta”, disse.
Traduzindo: é um jogador para compor o elenco. Está dentro daquilo que o Guarani pode pagar dentro de sua estrutura orçamentária. Se ao final das 38 rodadas, o atleta for reprovado ou comprometer já sabemos que a responsabilidade é toda dos responsáveis pelo futebol bugrino.
Desagrada? Os jogadores não deveriam encontrar-se presentes. Até concordo. Mas é preferível jogar com a verdade do que viver de ilusão.
(Elias Aredes Junior)