O Guarani teve dois personagens emblemáticos na derrota contra o Ituano. Dois jogadores que demonstraram mesmo em uma derrota o quanto o Guarani mudou o seu perfil técnico e tático.
Lembram-se do temor quando Giovanni Augusto era retirado? Lembram da dependência em relação ao camisa 10, e que ficava exacerbada especialmente quando ele ficava em recuperação no Departamento Médico?
Quando foi substituido no começo do segundo tempo, e quando estava perdendo por 1 a 0, o camisa 10 não fez tanta falta. Sim porque o técnico Mozart decidiu trocar a técnica pela força. Com jogadas pelas laterais e o adiantamento do sistema ofensivo é que produziu o empate feito por Lucas Ramon.
Tomou o segundo gol? Verdade. Mas ficou comprovado por A mais B que o time não depende mais de um armador para fazer a diferença. É neste contexto que entra o centroavante Yuri Tanque.
De inicio o centroavante foi poupado e na sequência entrou no segundo tempo e mostrou a sua utilidade. E não é apenas nas jogadas áreas. Ele pode servir de pivô para preparar os jogadores para as conclusões ou até cair para os lados. Yuri Tanque é a cara de um novo Guarani.
O que tudo isso comprova? Que o trabalho de Mozart é bom. Ele pegou um elenco limitado, sem personalidade e de jogadas limitadas e viabilizou um time competitivo, com variações táticas e com capacidade de enfrentar qualquer oponente.
E tanto isso é verdade que não existe um clima de temor e terror na torcida bugrina quanto a uma possivel queda de produção. Os 41 pontos não são frutos do acaso. É a consequência clara e concreta de um time que sofreu, deu a volta por cima e está pronto para fazer a diferença no próximo ano. Porque não dá viver eternamente no improviso.
(Elias Aredes Junior-Foto de Pedro Teixeira-Especial para o Guarani)