Vitória do Guarani em pleno Mineirão contra o Cruzeiro. A tabela de classificação mostra que o time está com 47 pontos. Esqueça as duas expulsões. Ignore o clima festivo do anfitrião diante do acesso e do titulo conquistados antecipadamente.
Mire-se no principal: O Guarani, um time que permaneceu por 23 rodadas na zona do rebaixamento agora respira aliviado. E tem orgulho de sua trajetória. Traz perspectiva de uma temporada de 2023 bem melhor.
A conquista dos três traz alegria, satisfação e um gosto amargo na boca.
Como assim? Que gosto amargo.
Sim, porque é verdade que reforços foram contratados a toque de caixa e eles deram resultado. Impossivel deixar de enaltecer Yuri Tanque, a velocidade de Isaque, a voluntariedade de Richard Rios e a capacidade de aglutinação de Jenison.
Mas é impossivel ignorar que a campanha do Guarani no retorno com 29 pontos ganhos em 16 partidas é uma recuperação construída a partir dos bastidores.
E que tem dois nomes: o Superintendente Executivo de Futebol Rodrigo Pastana e o técnico Mozart. Sim, eu cometo este erro de enaltecer dirigente remunerado e que geralmente é vitima das intrigas e dos ciúmes dos dirigentes estatutários quando o sucesso aparece fora de sua órbita. Só que como critico e analista eu seria insano de ignorar a participação desses profissionais que chegaram a pouco mais de dois meses no Brinco de Ouro.
A transformação é tamanha que gera reflexões. Especialmente porque não foram os reforços que fizeram diferença. Quem já estava no clube melhorou substancialmente de produção.
Ou alguém vai deixar de enaltecer a atuação de João Victor e Derlan no Mineirão? E a capacidade de marcação de Leandro Vilela que teve uma melhoria signifiicativa. Ou que dizer então de Yago, um atleta com claras limitações técnicas e que agora até participa de gols decisivos? Pois é. Todo esse cenário faz a gente recordarn uma expressão: “E se…”
Conjecturar sobre o passado é algo feito quando o fracasso bate a porta. Ou quando um desejo não é realizado. Neste caso é diferente. Por que? Hoje celebramos o alívio. Mas sde tudo tivesse sido feito com sabedoria, talvez o Guarani estivesse na ponta da tabela.
Querem mais perguntas: Então lá vai: E se o Guaranin tivesse trocado antes o comando do futebol profissional? E se Mozart tivesse sido contratado com algumas rodadas de antecedência? E se o Guarani não contratasse tantos zagueiros acima dos 30 anos? E se não ocorresse ilusão após a eliminação para o Corinthians? E se Yuri chegasse antes? Marcaria mais gols? E se o Conselho de Administração não tivesse tanta avidez em palpitar no futebol profissional, tudo seria diferente?
Todas as respostas ficam no campo das hipóteses. A única certeza que eu tenho é que o Guarani precisa parar de errar tanto durante o ano e sempre ser salvo por super herói da vez. Em 2019, foi Thiago Carpini.
Em 2020, a capa de gato mestre ficou com Felipe Conceição; no ano passado Daniel Paulista, Régis, Andrigo e Bruno Sávio quase levaram o Guarani a Primeira Divisão Nacional; neste ano, Mozart e Rodrigo Pastana o serviço. Até quando vai perdurar esta aventura errática.
Que as eleições do próximo ano produzam algo ausente na vida do Guarani: dirigentes com ideias que tenham começo, meio e fim. E que produza resultados. Hoje a alegria é justa.,Mas o enredo poderia ser melhor. Muito melhor.
(Elias Aredes Junior com foto Staff Images / Cruzeiro)