Existe uma expectativa e uma ansiedade pela chegada do armador Régis. Oriundo do Coritiba, a esperança é que ele tope atuar no Brinco de Ouro. As informações dão conta de que o negócio está encaminhado. Tanto que Giovanni Augusto estaria sendo dispensado para procurar outro clube, no caso o Vitória (BA).
O questionamento surge: por que o torcedor bugrino tem tanta avidez por um camisa 10? O que motiva essa fissura?
As necessidades do futebol atual, a urgência de construir um time competitivo não explicam tudo. Basta fazer uma revisita histórica.
O Guarani, da década de 1970 em diante, ficou conhecido no Brasil inteiro por ser um time ofensivo e criativo. Era uma marca. Tudo era personificado naquele que vestia a camisa 10. Primeiro Zenon. Depois, Jorge Mendonça encantou multidões. Apesar de calcado mais na força física, Marco Antonio Boiadeiro era um dos símbolos do time vice-campeão brasileiro de 1986.
Verifique aquele elenco que perdeu para o Corinthians em 1988 e Neto estavá lá como estrela principal. O torcedor bugrino pensa em 1994 e imediatamente associa Amoroso com a vestimenta suprema.
A trajetória foi reforçada com Fumagalli. Primeiro ao ser o condutor do time que foi vice-campeão paulista em 2012 e que ganhou o Dérbi do Século.
Depois, nos tempos de vacas magras, Fumagalli foi aquele que sustentou a chama do torcedor. Não arredou. Tanto sofrimento foi premiado. Primeiro, com a vitória por 6 a 0 sobre o ABC, na Série C, quando Fumagalli anotou três gols e teve produção memorável. Depois, participou na conquistou a Série A-2 de 2018. Depois vieram Rondinelly, Lucas Crispim, Andrigo, Regiés e Giovanni Augusto.
Ou seja, o Guarani precisa contratar um camisa 10 (ou 78) não somente para assegurar boa campanha na Série B. É preciso assegurar a continuidade da história. De preferência, com final feliz.
(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)