A Ponte Preta conseguiu sua classificação aos quadrangulares decisivos com duas rodadas de antecipação. Tem boas possibilidades de terminar entre os quatro primeiros e gozar do privilégio de decidir o último jogo em casa. Tais atributos seriam suficientes para encher o peito do torcedor e confiar no acesso. Nada disso. É tanta confusão, desacerto, disputa política e frases cruzadas, que esbarrar na rua com um pontepretano é presenciar a cara e o espirito da angústia.
Os salários estão atrasados. O acordo na Câmara Nacional de Resolução de Disputa (CNRD) está com duas mensalidades atrasadas. O Plano Especial de Pagamento Trabalhista não foi acertado. Existe um risco (real!) de tudo ser cobrado de uma única vez. A unificação das dívidas na área cível está com ameaça de impugnação por parte do pedido de credores. Alguns que já foram dirigentes e outros que prestaram serviços.
A discussão nas redes é pessoal. Insultos dirigidos ao atual presidente Marco Antonio Eberlin e alguns nostálgicos de dirigentes do passado. Repudiam a falta de modos e educação do atual mandatário, mas aceitam a elitização proposta por integrantes da chapa que comandou o clube de 1996 a 2021. Quem afirmar que é uma guerra entre Alien contra Predador ou uma briga como a protagonizada por Jacques Leclair e Victor Valentim eu não vou recriminar.
A discussão come solta e todos esquecem do principal: da Associação Atlética Ponte Preta.
Da sua sobrevivência.
Da urgência em conseguir o acesso.
Eberlin descreve problemas deixados pelas gestões anteriores.
Eduardo Lacerda aponta a atual gestão como o apocalipse nas redes sociais.
Pergunto: e o clube? E o sentimento do torcedor? E o pavor sentido por muitos sobre o risco de ficar na terceira divisão por mais um ano?
Recebi o relato que em determinado jogo (juro, eu esqueci. Talvez tenha sido o Dérbi 210), os dois grupos políticos protagonizaram uma discussão nas vitalícias do Majestoso que quase acabou em pugilato.
Pois é. A violência verbal e física prevalece. O clube definha. Triste. Que o futebol prevaleça e o acesso apareça. Por que se depender do ambiente político, existem motivos para desespero do torcedor. Que o final feliz apareça no horizonte.
(Elias Aredes Junior-Foto de Julio César Costa-Pontepress)