Estamos em meados do segundo turno da Série B do Campeonato Brasileiro de 2011. O acesso pontepretano parecia questão de tempo. Algo incomodava: o centroavante Ricardo Jesus parou de fazer gols.
Como era uma equipe baseada no conjunto, mesmo com a chegada de Renato Cajá, o técnico Gilson Kleina ficava inquieto, incomodado. Antes de um treinamento chamou o seu camisa 9 para uma conversa:
– E aí, Ricardo, tudo bem? – disse Gilson com sua voz de tenor do Scalla de Milão
– Tudo bem professor- respondeu o atleta.
– Não, não está bem não. Você parou de marcar, de balançar as redes…O que foi? É bebida? Confessa aí…
– Que é isso professor, nada disso…
– Então é droga…Experimentou algo?
– Não, que é isso professor, eu sou crente. Não me meto com essas coisas não…
– Ah, então já sei…É mulher. Aposto que é isso..
– Não, to sossegado…
– Pô, se não é bebida, drogas, mulher.Pelo amor de Deus volta a marcar então pô!?
Depois de um riso amarelo, Ricardo Jesus voltou aos treinamentos.
E os gols retornaram e o acesso foi garantido.
(Elias Aredes Junior)