A Bola e suas histórias: uma visita para Zé Duarte na Seleção Brasileira de futebol feminino

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Em meados da década de 1990, comecei minha carreira no Diário do Povo. A equipe não era boa. Era ótima: Nilson Ribeiro, Carlo Carcani, Chico Sanches, Laine Turati, Rafael de Marco, Paulo Ferrari e Ariovaldo Izac, o titular da Coluna “Jogo Rápido”. Minha pós- graduação em jornalismo esportivo. Ali aprendi tudo.

Com Ariovaldo Izac havia certeza de ouvir boas histórias, além de aprender o ofício da reportagem. Neste quesito, um dos melhores de todos os tempos em Campinas, ao lado de Paulo Moraes.

Em determinado dia , eu, foca de tudo,  fui escalado para acompanhar Ari em uma visita ao saudoso Zé Duarte, na época técnica da Seleção Brasileiro de Futebol Feminino. Era uma geração cujo destaque era Sissi.

Treino acabado, Zé Duarte veio cumprimentar Ari. Resenha deliciosa e com muitas histórias (Pena, a memória esqueceu todas). Mas uma passagem deliciosa surgiu para contar.

Na hora da entrevista, a toda pergunta de Ariovaldo Izac, a resposta padrão de Zé Duarte começava:

– Ari, a verdade é uma só…

Podia ser sobre Sissi, torneios programados, relacionamentos com a CBF, preconceito com o futebol feminino e lá vinha a expressão:

– Ari, a verdade é uma só…

Em determinado momento, em uma pegadinha peralta, Ari provocou:

– Seo Zé, e se a verdade tiver dois lados?

Resposta rápida e rasteira:

– Ari, não complica- emendou com um sorriso amarelo.

Fim da entrevista.

(Elias Aredes Junior)