Análise: a cobrança da torcida pode levar o Guarani a um novo patamar no futebol brasileiro. Leia e entenda

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Na live direcionada para torcedores do Guarani realizada por este portal na quarta-feira, uma declaração do participante Beto Toledo chamou minha atenção. Evidente que se 2021 terminar com o Alviverde nas duas divisões- Paulistão e Série B- o alivio estará presente, mas Beto reforçou o desejo de chegar mais longe na competição regional e no G-4 da segundona nacional.

Jornalismo opinativo não pode ser estático. Tem que se esforçar para fazer a leitura dos novos tempos. Condenei por diversas vezes a ambição desmedida do torcedor bugrino. Achava um despropósito. No entanto, dessa vez vou direcionar para outro rumo : será que a diretoria não perdeu a chance de utilizar este desejo das arquibancadas como um combustível para retornar ao patamar de antigamente?

Entendam: se eu sou dirigente e sei que minha torcida quer disputar títulos ou colocações honrosas, o que faço? Queimo os neurônios para encontrar uma saída que viabilize um rendimento melhor no gramado: estádio moderno, Centro de Treinamento de boa qualidade, planejamento para uma categoria de base forte, profissionalização em todos os setores e aquisição de profissionais de alto gabarito. É assim em qualquer lugar do mundo. Seria diferente no Guarani? Não, não seria.

O que aconteceu nos últimos anos? Ao invés de tal quadro descrito, as diretorias viveram de remendo e improviso e acossadas pela Justiça. Nenhum trabalho que tivesse começo, meio e fim. Não existiu algo institucionalizado e com metas . Ser uma associação sem fins lucrativos não impede de se buscar a excelência.

Ao invés de considerar esses torcedores conscientes e com espirito de cidadania, as diretorias elegiam tais pessoas como inimigas. E hoje a instituição depende mais da voluntariedade e competência dos homens (vide Felipe Conceição, Michel Alves) do que algo verdadeiramente instalado como política de estado. Isso precisa mudar. A torcida e deve ser utilizada como combustível para que a cobrança produza frutos. O Guarani não tem mais direito de ficar a reboque da história.

(Elias Aredes Junior)