Os jogadores e o técnico Thiago Carpini celebraram o empate do Guarani contra o São Bento. Ficou a impressão de que a estratégia de jogo ficou direcionada em buscar pelo menos um ponto. Em conjuntura normal seria algo acertado. Em uma competição com distribuição de três pontos por vitória, deixar de pontuar na luta contra o rebaixamento pode ser fatal. Só que temo que as pessoas envolvidas no futebol do Guarani estejam envolvidas em uma cegueira situacional.
O lembrete é válido: se Léo Gamalho não tivesse marcado os dois gols pelo Criciuma, o Figueirense estaria mais vivo do que nunca na briga contra o rebaixamento. Ou seja, a validade do empate já começa a ficar na berlinda.
Outro aspecto não pode ser ignorado: o Guarani jogou mal. Muito mal. Falta de concentração em alguns lances, inanição criativa no meio-campo e desempenhos individuais que geraram muito mais temor do que esperança. Sem contar a repetição da lesão de Igor Henrique.
O bugrino otimista poderá argumentar que por isso mesmo o placar foi bom. Antigamente, jogava um péssimo futebol e perdia. Calma. Hoje, entre nove e dez pontos são necessários para escapar da degola, de acordo com os matemáticos. O Guarani tem 36 pontos. Mais três triunfos e um empate e “Feliz Natal” será detonado no Brinco de Ouro. A discussão é como essa pontuação será obtida, com tranquilidade ou com boa dose de dramaticidade.
Se estivesse com 38 pontos (e não está!) o Guarani poderia conceder ao seu torcedor o luxo de perder até dois dos próximos três jogos, que são contra Sport no Brinco de Ouro, Bragantino na casa do adversário e o dérbi em seus domínios. Assim, a equipe precisaria de duas vitórias contra Vila Nova e Londrina como visitante e diante de Operário e América Mineiro em casa. Convenhamos: se estivesse hoje com 38 pontos, a conta seria bem mais folgada e tranquila.
Caso viabilize 100% de aproveitamento nos próximos 270 minutos, ótimo. Agora, se nenhum ponto for somado, um clima de terror estará instalado.
Por toda a conjuntura descrita, o placar trouxe péssimas noticias. Diante disso, cabe perguntar: o resultado foi ótimo para quem cara pálida? Só se for para o concorrentes.
(Elias Aredes junior)