Durante o jogo entre Guarani e Sport, um grupo de torcedores bugrinos começou a insultar os torcedores do clube pernambucano e usaram como argumento principal o óleo que invadiu as praias nordestinas. Absurdo. Rídiculo. Condenável sob todos os aspectos. De modo natural, torcedores de equipes nordestinas condenaram nas redes sociais a atitude dos bugrinos filmados.
Declaração clara de preconceito e xenofobia. E falta de sintonia com o próprio futebol. Se levarmos em conta o aspecto financeiro e de planejamento, apesar dos problemas políticos, o rubro-negro pernambucano dá de 20 a 0 no Guarani em termos de infra-estrutura, planejamento e capacidade financeira.
Insultar os torcedores do Sport e utilizar termos preconceituosos, reforça ainda mais o preconceito existente em nosso país. E a torcida do Guarani, queira ou não, o passado do clube tem a marca da acusação de preconceito em relação ao principal rival. Pode ser verdade? Mentira? Os fatos estão disponibilizados e que cada um tire suas conclusões. E que o torcedor consciente trabalhe para que o Guarani seja um clube aberto, plural, aberto a todos e sem qualquer aliança com o preconceito.
Deixo claro: pessoas racistas, xenofóbicas, homofóbicas e dotadas de qualquer tipo de preconceito não é exclusividade do Guarani. Todo o time conta com torcedores com comportamento deploráveis. A arquibancada é reflexo da sociedade que vivemos. Uma sociedade violenta e formada por pessoas com condutas, no mínimo, desprezíveis.
Qual a solução? Em médio e longo prazo, está mais do que na hora da direção do Guarani colocar em seu organograma uma diretoria para pensar em políticas afirmativas. Ações para que o Guarani utilize sua força, influência e penetração em causas nobres da sociedade. O Bahia coloca tal preceito em prática e colhe resultados hiper positivos. Por que deixar de copiar aquilo que dá certo?
Cansei de ouvir relatos de integrantes de segmentos minoritários da sociedade e que não se sentem à vontade quando estão em uma arquibancada, dado o grau de insulto dirigido às mulheres, gays e aos negros. Isso é normal? Não, não é.
Óbvio que o torcedor deve celebrar a vitória contra o Sport. Mas seria muito legal se o Guarani desse uma colaboração para que a sociedade vencesse o jogo contra a discriminação. O futebol pode e deve buscar títulos fora das quatro linhas. É a nossa esperança.
(Elias Aredes Junior)