Muitos estranharam o posicionamento do presidente da Ponte Preta, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, de declarar na live da semana passada com o portal Só Dérbi de que o clube deveria preparar-se para retornar ao gramado e ali inverter o quadro dramático de presença na zona do rebaixamento do Paulistão.
Não é para menos: os torcedores nas ruas reclamam e chiam sobre a demora de encerrar a competição. Todos torcem pelo fim da competição. Ou você quer ver a Macaca circular pelo estado de São Paulo em 2021 em busca de um acesso que mostra-se a cada dia mais difícil?
Todo isso justiça-se em cima de um motivo: dinheiro. A alvinegra terminou o ano com déficit de R$ 11 milhões e carrega uma folha de pagamento pesada e onerosa aos cofres, e com alguns jogadores com salários acima de R$ 100 mil mensais. Este jornalista apurou que neste ano não houve qualquer aporte do presidente de honra, Sérgio Carnielli e indiretamente foi dada a diretoria executiva o seguinte recado: virem-se.
Pegue esta peça e junte com o fato de que o caixa pontepretano, por suas próprias pernas só terá fôlego para suportar a paralisação até junho. Depois, é incerteza na veia. O pedido feito pelos clubes da Série B para que a CBF libere em torno de R$ 3 milhões não teve resposta. Qual a alternativa mais viável para o dinheiro aparecer? O Paulistão retornar no gramado ou marcar uma data.
A Rede Globo seria pressionada a liberar o dinheiro restante ou poderia abrir uma negociação até com os clubes da Série B para viabilizar uma negociação que viabilize a liberação de mais dinheiro.
Ao declarar que deseja o retorno do Campeonato Paulistão, Tiãozinho apenas toma uma atitude política e assim evita que uma porta seja fechada junto a cúpula da Federação.
Se a CBF liberar o dinheiro do legado da Copa tenho convicção de que o discurso oficial pontepretano será alterado e passará a fazer coro pelo cancelamento do campeonato. Por enquanto, diante da falta de perspectivas, isso não é possível. Mas algo deve ser dito: tudo isso foi gerado pela própria diretoria, que gastou de modo exacerbado ao invés de fazer muito com pouco. Agora paga o preço.
(Elias Aredes Junior)